sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

PARCIAL RETOMADA DOS INVESTIMENTOS DA PETROBRAS NA BOLIVIA.


Os presidentes Lula e Morales encontraram-se em La Paz, no dia 17 deste mês, para participarem de reunião com a finalidade antes referida. Já no dia anterior eles haviam se reunido com a presidenta do Chile para tratarem de outra questão: EL CORREDOR BIOCEÁNICO. Sobre este acesse matéria neste blog. Houve outros temas, mas o principal foi aquele da Petrobrás com a YPFB (uma pequena empresa estatal do país), que representa o estado nestes negócios, no qual se anunciou o retorno dos investimentos daquela megaempresa neste país.
Consoante a multinacional brasileira, ela e a YPFB, “assinaram comunicado conjunto prevendo novos investimentos para aumentar a produção de gás natural na Bolívia. Em parceria com seus sócios, a companhia estima que poderá investir entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão, a depender dos resultados a serem obtidos na exploração de novas áreas. O documento foi assinado durante cerimônia no Palácio Quemado, na presença dos dois presidentes. As empresas firmaram também acordo para a capacitação técnica de recursos humanos para a indústria petrolífera da Bolívia. Foram definidas ainda as linhas gerais para a execução conjunta de projetos de exploração nas áreas de Carohuaicho, Astillero e Cedro, com possibilidade de constituição de uma Sociedade de Economia Mista”.
Segundo a mídia brasileira, por ora, apenas US$ 300 milhões estão certos e serão usados para ampliar a produção de gás nos campos de San Alberto, San Antonio e Ingre. A estatal obteve o compromisso de que poderá vender a maior parte de sua produção nos novos contratos ao mercado externo, e que ela concorrerá com um teto de 18% de sua produção para o abastecimento do mercado interno. A venda neste é mal vista, mas necessária, pois os preços internos são baixíssimos. Produto de uma espécie de tabela ali aplicada por ordem governamental. Mais uma das fantasias econômicas da Bolívia!
Na mesma ocasião, a Petrobrás e a YPFB chegaram a um acordo final sobre a fórmula de pagamento dos líquidos contidos no gás natural comprado pela primeira, por um valor entre US$ 100 milhões e US$ 180 milhões por ano, conforme Ata de Brasília, de 14 de fevereiro de 2007; eles serão pagos pela Petrobras a partir de 2 de maio de 2007, que foi a data em que entrou em vigor o acordo de intercâmbio. Isto era um “rabo” entre ela e a Bolívia, que previa um pagamento extra pelo GLP e gasolina branca, que vinham misturados ao GN fornecido; este com um valor mais baixo e aqueles, com um preço internacional próprio mais elevado. Que agora importará no citado valor anual. Algo razoável para os dois países.
E a mídia boliviana como reagiu? Com enorme satisfação, servindo de exemplo a seguinte matéria: “Las informaciones ofrecidas en medio de las ceremonias protocolares son más optimistas que las frías cifras ofrecidas por el presidente de la empresa brasileña, José Sergio Gabrielli. Los anuncios hechos al calor de los discursos mencionaron la cifra de 1.000 millones de dólares, pero Gabrielli dijo que se llegará a ese monto poco a poco, en varios años, si es que los primeros trabajos lo justificaran”. Corretamente o mesmo jornal lembrou: “De todos modos, se trata del primer anuncio de una inversión importante que se hace en el sector petrolero desde que se produjeran aquellas ceremonias de toma del campo San Alberto, en mayo del 2006, con que comenzó el proceso de cambio de los contratos. El incremento de los impuestos que llegó con el cambio, pero sobre todo la decisión de que las empresas sólo debían dedicarse a prestar servicios a YPFB, vino a frenar en seco las inversiones, como se pudo observar luego con el estancamiento de la producción”. E não deixou de destacar: “En efecto, la empresa estatal venezolana PDVSA ofreció hace dos años invertir 1,5 millones de dólares en el sector petrolero boliviano, pero todavía se hace esperar. Otras ofertas de inversión, menos precisas que la de PDVSA, como la de la argentina Enarsa, también decepcionaron. En semejante panorama, el anuncio de Petrobras es una bendición. Todo indica que el Gobierno boliviano debió hacer algunas concesiones a la petrolera”. E rematando relembrou os resultados da chamada “nacionalização dos hidrocarbonetos”: “... la falta de inversiones petroleras obligó a Bolivia a incumplir compromisos de exportación de gas natural, como es el caso del contrato de venta de 2,2 millones de metros cúbicos diarios a la planta termoeléctrica de Cuiabá, en Brasil, y como es el hecho de que en este momento las exportaciones a Argentina están por debajo de los niveles convenidos. Ahora se aproximan compromisos todavía mayores de exportación y estaba en juego el prestigio del país como proveedor de gas natural. Las exportaciones a Argentina deben pasar de 7,7 a 27,7 millones de metros cúbicos diarios en el lapso de dos años, para lo cual es imprescindible duplicar los volúmenes de producción que se tiene en este momento”. Expressando que “las futuras inversiones de Petrobras podrían alentar a otras empresas extranjeras a operar en Bolivia. El Gobierno nacional se ha comprometido a respetar las reglas de juego para favorecer la llegada los recursos que el país necesita para poner en movimiento sus potencialidades económicas”.
Por este artigo, vê-se que na Bolívia existem pessoas inteligentes, que assim divulgando na imprensa o que ocorreu, bem demonstram a estupidez de um governante, que por mero preconceito molestou e ainda escorraçou uma grande empresa investidora, acreditando que seu “padriño”, Hugo Chávez o iria socorrer, quer diretamente, quer através da Argentina. O que não ocorreu, deixando o pequeno país sem condições de cumprir novos compromissos exportadores, levianamente assumidos pelos “aloprados” do mesmo governo. Sobre isto já escrevi antes: Vamos começar do zero? (leiam neste blog). Representando o investimento brasileiro, ora anunciado, um limitado incentivo para que outras empresas estrangeiras também o façam.
Ainda durante o evento, Lula e Evo trocaram elogios nos discursos que fizeram. Lula prometeu ajudar a Bolívia em áreas como educação, energia, agricultura e defesa e ainda por diversas vezes comemorou o fato de ambos os países não terem se afastado, apesar das pressões na época da nacionalização dos hidrocarbonetos. O que não surpreende, pois Lula não só é um sonhador, como também gosta de comemorar por antecipação.
Aqui no Brasil a mídia proclamou que “prometer investimentos numa situação tão incerta é no mínimo precipitado (sendo melhor) adiar essa decisão até que o cenário na Bolívia se desanuviasse”. Uma justa preocupação, mas que na realidade não é procedente, face ao baixo valor dos investimentos da Petrobrás na Bolívia para 2008.
A empresa anunciou há pouco seu orçamento para investimentos para 2008, que prevê a alocação de R$ 54,9 bilhões, cabendo a área Internacional uma fatia de R$ 6,828 bilhões; dos quais 32% nos Estados Unidos, 30% na América Latina, 19% na África, e os 19% restantes nos demais países. Neste contexto, apenas trezentos milhões de dólares na Bolívia é muito pouco. Mas é o que Evo Morales e seus “aloprados” mereceram!
Para os brasileiros o mais alentador é saber, que a Petrobrás destinou R$ 5,636 bilhões à área de Gás e Energia; deste total, R$ 3,7 bilhões serão aplicados em gasodutos, R$ 700 milhões em projetos de termoelétricas e R$ 500 milhões em duas unidades de regaseificação de Gás Natural Liquefeito, objetivando-se ainda concluir no próximo ano 1.000 km de gasodutos. O que significa que com isto se diminuirá a dependência brasileira do gás da Bolívia, mediante as futuras unidades de regaseificação, serão ampliados os gasodutos existentes e será criada maior capacidade de geração termoelétrica, para evitar qualquer futuro apagão.
Esperando-se que, o povo boliviano, que merece toda a minha consideração, logre melhorar o seu governo, nele colocando melhores elementos a sua frente, para assim receber o que todos os brasileiros desejam a ele: Paz, prosperidade e ampla distribuição de renda!



Fontes:

Folha de São Paulo Opinião - 18 de dezembro de 2007.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1812200702.htm
Acesso em: 18/12/2007.

Folha de São Paulo Brasil - 18 de dezembro de 2007.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1812200708.htm
Acesso em: 18/12/2007.

Folha de São Paulo Mundo - 18 de dezembro de 2007.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1812200709.htm
Acesso em: 18/12/2007.

La Razón – La Paz – 20/12/2007.
http://www.prensaescrita.com/diarios.php?codigo=BOL&pagina=http://www.la-razon.com
Acesso em: 20/12/2007

Folha de São Paulo – 21/12/2007.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2112200728.htm
Acesso em: 21/12/2007.

Petrobrás.
http://www2.petrobras.com.br/portugues/ads/ads_AtuacaoInternacional.html.
http://www.agenciapetrobrasdenoticias.com.br/materia.asp?id_editoria=8&id_noticia=4315
Acesso em: 26/12/2007.

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