terça-feira, 11 de dezembro de 2007

NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA, SEM QUE EU VOLTE PARA LÁ...


Veio-me a memória a Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, ao saber que brasileiros ilegais residentes nos Estados Unidos, estavam retornando em massa ao Brasil. Sinteticamente porque “com regras mais rígidas contra imigrantes, queda do dólar e crise hipotecária, o sonho americano deixa de valer a pena para muitos”. Curiosamente tudo isto saiu na mídia norte-americana , na qual se relatou: “A decisão de desistir da vida nos EUA vem sendo tomada por mais e mais brasileiros em todo o país, de Boston a Pompano Beach, Flórida. Ninguém sabe ao certo quantos estão partindo. Nos últimos seis meses, porém, a migração invertida é nítida na comunidade brasileira nos EUA, estimada pelo governo do Brasil em cerca de 1,1 milhão de pessoas. Para explicar a decisão, os brasileiros apontam para o receio crescente da deportação e o enfraquecimento da economia americana. Muitos citam o vencimento de suas carteiras de motorista - que, sob as regras mais duras adotadas recentemente, não podem mais ser renovadas-, somado à queda forte do dólar ante o real. ...omitido.... Fausto da Rocha, fundador do Centro do Imigrante Brasileiro da área de Boston, diz que seus compatriotas estão deixando Massachusetts aos milhares, alguns depois de perder suas casas em meio à crise das hipotecas. ...omitido... Pela lei, (os que saírem estarão) proibidos de retornar ao país por dez anos, mesmo que seja apenas como turistas”.
Boas notícias! O Brasil precisa de seus filhos; pois, temos uma imensa extensão territorial com grandes vazios populacionais e precisaremos ocupá-lo com inteligência e critério. Sejam bem vindos os auto-exilados, que agora retornam, enriquecidos com as experiências que amealharam na terra do Tio Sam. E não custa relembrar-se o romântico poeta: “NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA, SEM QUE EU VOLTE PARA LÁ; SEM QUE DESFRUTE OS PRIMORES QUE EU NÃO ENCONTRO POR CÁ, SEM QUINDA AVISTE AS PALMEIRAS, ONDE CANTA O SABIÁ”. Afinal, “AS AVES QUE AQUI GORJEIAM, NÃO GORGEIAM COMO LÁ, NOSSO CÉU TEM MAIS ESTRELAS, NOSSAS VÁRZEAS TÊM MAIS FLORES, NOSSOS BOSQUES TÊM MAIS VIDA, NOSSA VIDA MAIS AMORES....”.


Fonte:
BERNSTEIN, Nina; DWOSKIN, Elizabeth - do "New York Times" – traduzido por CLARA ALLAIN, conforme texto na Folha de São Paulo – edição de 05/12/2007.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0512200716.htm
Acesso naquela data.

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