sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Brasil – 1964. Bolívia – 2007. Situações semelhantes?


Lendo a imprensa boliviana, ao avistar a notícia abaixo, lembrei-me dos idos de 1963, quando o Brasil vivia uma onda de agitações na área sindical, com reflexos na economia nacional, que estava sendo destroçada. Sabendo todos que o impulso partia do governo federal, que dava mão forte aos agitadores, protegendo-os e amparando-os. Era então presidente da república o Sr. João Belchior Marques Goulart, que buscava no caos construir um projeto autoritário de esquerda por ele comandado. As agitações prosseguiram em 1964 e terminaram bruscamente em 31 de março deste ano, face ao pronunciamento da guarnição militar mineira, comandada pelo General Mourão Filho; ao qual aderiram as demais guarnições federais, caindo então o frágil governo de Goulart, que fugiu, asilando-se no Uruguai. A partir daí começou o regime militar-capitalista-tecnocrático, chamado por diversos grupos de “ditadura militar”, e que só terminou em 1985. O Brasil estava na época daquela eclosão bem semelhante à Bolívia dos dias de hoje. Inclusive porque três governos estaduais (São Paulo, Minas Gerais e Guanabara), em especial, se opunham ao presidente e com ele viviam as turras. De qualquer forma é bom ler no original a notícia a seguir. “El país registró 156 conflictos sociales en el primer semestre. El país vivió en el primer semestre de este año 26 conflictos sociales por mes, haciendo un total de 156 durante este período, según estudio realizado por la Fundación UNIR-Bolivia. La directora ejecutiva de esta fundación, Ana María Romero, fue la encargada de presentar ayer el “Primer informe sobre conflictividad social”, que está basado en un análisis profundo de tres medios impresos en cuanto a la morfología de los conflictos en el país, su duración, desarrollo, definición y el papel de los actores que intervinieron en los hechos. Según el gerente Sociocultural de UNIR, César Rojas Ríos, 156 conflictos se registraron en los primeros seis meses del año, con un promedio de 26 por mes. 131 de éstos, es decir, el 84 por ciento tuvo una duración igual o menor a tres días, siendo muchos de ellos por demandas sectoriales. 25 de los conflictos, es decir, el 16 por ciento, tuvieron una duración de cuatro o más días con importantes niveles de violencia. Cuatro de estos conflictos llegaron a niveles graves de violencia y que dejaron un saldo de tres muertos y más de 250 heridos. Entretanto, 221 días de conflictos afectaron las áreas urbanas del país, frente a 104 días de conflicto en las zonas rurales y 33 días en las áreas urbano-rurales. En el departamento de La Paz, hubo 160 días de conflictos, 54 en Cochabamba y 43 en Santa Cruz, entre otros. CICLO DE CONFLICTIVIDAD. Para Ríos el nuevo ciclo de conflictividad (enero de 2006 – junio de 2007) se caracterizó por la instalación de un conflicto político entre el Gobierno y la oposición política, cívica y prefectural, la misma que genera una situación de polarización ondulante, encontrando dos momentos de tensión. El escenario de la Asamblea Constituyente, se ha convertido en el eje de la actual conflictividad”. Para saber se lá se repetirão os fatos aqui ocorridos é preciso continuar acompanhando os acontecimentos daquele montanhoso país. Sabendo-se que a agitação vem ou é apoiada pelo governo Morales e que vários departamentos se opõe a ele.

Fonte:
El Diario – edição de 30 de agosto de 2007.
http://www.eldiario.net/
Acesso em: 30/08/2007.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Hoy hace cincoenta y tres años que murrió Getúlio Vargas


Em 24 de agosto de 1954 suicidou-se Getúlio Vargas, presidente da república brasileira. O fato ocorreu em seu aposento particular, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital brasileira.
A vida de Getúlio confundiu-se com a História do Brasil, parte da qual ele construiu. Getúlio era um político gaúcho e sua terra não tinha força política suficiente para influir na vida da Primeira República (1891-1930). Foi o apoio de Minas Gerais e um conjunto de circunstâncias ocasionais favoráveis, que o tornaram chefe do governo provisório em 1930. Ele como positivista e admirador de Borges de Medeiros (um ultra-continuísta), não largou mais o poder obtido pela força das armas. Assentou-se na cadeira presidencial e ali ficou até 1945, quando foi deposto, por um pronunciamento militar comandado por um ex-partidário, o General Góes Monteiro. Foram quinze anos, durante os quais, ora como chefe do governo provisório, ora como presidente, ora como ditador, ele ficou na crista da onda. E, não se saiu mal de tão altos misteres! Ao contrário, soube conduzir e bem ao Brasil na II Guerra Mundial; por exemplo, naquela época, se não fosse a repentina morte de Roosevelt, o Brasil teria sido alçado ao Conselho de Segurança da ONU, como membro permanente. E vejam, depois o Brasil muito tentou e ainda tenta, sem conseguir este laurel! Que o digam Lula e seu ministro, Celso Amorim.
Em 1954, Getúlio governava o Brasil como presidente constitucional. Mas, como ex-ditador não se preocupou em obter apoio do parlamento federal; acabou isolado, tendo contra ele a grande imprensa e muitos ódios e ressentimentos, oriundos de seu prolongado exercício do poder. Por isto, um incidente menor, o malogrado atentado contra Carlos de Lacerda, um de seus menores opositores, no qual morreu um oficial da FAB, o major-aviador Rubens Vaz, levantou contra ele muitos dos comandos das três forças armadas federais. Irritados, pelo fato do atentado ter provindo de sua segurança privada – a chamada Guarda Pessoal (um grupo desordenado, dirigido por Gregório Fortunato, seu apaniguado há muitos anos).
Vargas pensou em licenciar-se do cargo, mas sabendo que os comandantes insubmissos exigiam a sua renúncia, matou-se, pois temia ser humilhado e desmoralizado pelos vencedores daquela pugna política.
Getulio, como homem morreu então. Mas ficou uma lenda e uma grande herança política. O principal herdeiro desta foi João Goulart, que acabou chegando a presidência, como substituto de Jânio Quadros, que renunciou ao cargo. Despreparado e inábil levou o país a uma onda de agitações, que destroçaram o resto de sua economia e o conduziram a deposição. Que, aparentemente, ele aceitou como o alívio de uma carga, que não conseguira carregar. A partir daí começaram os anos do autoritarismo capítalista-tecnocrático-militar, entre 1964 e 1985. Os restantes seguidores de Getúlio acabaram desaparecendo do cenário humano, pela morte natural ou pelo ostracismo político. O mesmo ocorreu com seus adversários e inimigos. Hoje, pode-se dizer, que ao final só restaram cinzas! Como em tudo na vida humana.
De qualquer forma, restou a data, que deve ser lembrada, para que as futuras gerações não caiam na ilusão de uma legenda humana – sempre imperfeita!
Fonte:
Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getulio Vargas.
Acesso em: 24/08/2007.

Retrato atual da Bolívia



Pretendo aquí apenas repercutir um editorial de jornal boliviano, que mostra e bem, o que anda se passando lá nos últimos tempos. Lembrando que ali vivem e trabalham brasileiros como nós. O que não é nada fácil! Leiam:

"Agosto negro. El horizonte se ha puesto gris mientras una ola de violencia se ha desatado en Bolivia: Golpes, puñetazos, ojos en tinta en el Congreso, a la par de escenas de protestas protagonizadas por la sociedad civil sucrense, que nos recuerdan las movilizaciones de octubre de 2003, que terminaron por derrocar al presidente Sánchez de Lozada. Dos hechos recientes han provocado la condena ciudadana: la exclusión por mecanismos ilegales, del tema de la capitalía al interior de la Asamblea Constituyente, y la suspensión de cuatro miembros del Tribunal Constitucional en una sesión bochornosa que terminó dividiendo el Parlamento con los oficialistas en la Vicepresidencia de la República, que descabezaron al Tribunal Constitucional a espaldas de la oposición, que siguió sesionando paralelamente. El Vicepresidente apareció ante la opinión pública, después de los lamentables sucesos, acusando de violentos a quienes habían tratado de defender la democracia que está siendo seriamente amenazada con actos que ponen en suspenso el estado de derecho y en entredicho el goce de libertades. Las apreciaciones del Vicepresidente contrastaron con las escenas de desgarramiento que mostraban a una sociedad civil enardecida y que ha explotado a causa de los constantes excesos y abusos de autoridad que han redundado en hechos que lesionan seriamente la democracia. El Gobierno de Morales se ha caracterizado por una suerte de presiones constantes y de acciones de dominación y de obstinada determinación para direccionar al país hacia sus planes de hegemonía totalitaria. Sucre, capital nominal, reclama ahora que se le restituya el derecho a ser Sede del Gobierno, convirtiéndose así en la imagen del dolor de un país que no encuentra actos de buen gobierno, que se extravía en un camino sembrado de inseguridades jurídicas, de temores, de disputas y riñas intestinas, que no hacen otra cosa, que sembrar destrucción y producir episodios de angustiosa violencia. Lo extraño es que este país tiene sectores que han intentado ser tolerantes, que han hecho esfuerzos serios por mostrarse racionales, pero que no consiguen que esta conducta sea emulada por quienes ahora tienen el poder, quienes se han constituido en una mecha permanente, en un terreno minado que no respeta leyes, acuerdos, y no acepta encaminar los actos de Gobierno por el terreno de la concertación y el equilibrio. La comunidad internacional, debe creer que los bolivianos somos de naturaleza violenta e irascible, pero ésta no es una realidad general, más bien se podría decir que un sector que ha apostado a hacerse del poder en forma total, ha estado tomando provecho del hecho de que gran parte de la población se inclina por el trabajo, por la vida apacible, por el deseo de vivir alejado de roces, de momentos de tensión, situación por la que ha sido sometida a un asedio y manipulación permanente. El proceso constituyente ha llenado el vaso y rebasado la paciencia de los ciudadanos, en la medida que han tenido que tolerar que este hemiciclo manejado desde el Ejecutivo y que ha irrespetado la Ley de Convocatoria y el Reglamento de debate, dejando fuera a las minorías políticas y marginando las demandas de regiones y sectores, pretenda cambiar la carta constitucional con actos desapegados a las leyes, para permitir que el Gobierno tenga una constitución a su medida. El presidente Morales, que prometía pacificar el país, lo está volviendo a incendiar en la medida que ha aguijoneado al máximo los ánimos con acciones arbitrarias, con discursos y opiniones que se encaminan inevitablemente a estimular la confrontación, dando paso a un teatro absurdo en el que pretende ser el dueño del país y de la verdad. Hace muy pocos días, el Mandatario, perdido en su laberinto y en pos de mayores poderes expresó que las leyes no sirven, que las dejará de lado porque no le permiten avanzar en sus planes, por lo que ha decidido gobernar por Decreto”.

Fonte:
La Estrella del Oriente - Santa Cruz de la Sierra, Bolivia * Jueves 23 de Agosto de 2007 * Año 11 * TERCERA ÉPOCA.
http://www.prensaescrita.com/diarios.php?codigo=BOL&pagina=http://www.laestrelladeloriente.net.
Acesso em: 24/08/2007.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Os negócios petrolíferos da Petrobrás na Bolívia


A empresa atua ali desde 1996 e daí até 2004 seus investimentos totais alcançaram cerca de US$ 1 bilhão neste período. Eles incluíram atividades em toda a cadeia produtiva e comercial do petróleo e gás - produção, compra e venda. Por injunções políticas bolivianas, elas se reduziram a partir de 2006, ano em que ela chegou a 18% do PIB boliviano e 24% da arrecadação total de impostos. Sem dúvida, ela era então a maior empresa do montanhoso país! Atualmente, sua principal atividade é a exploração de dois campos de gás natural em Tarija, no leste boliviano, que é transportado através do Brasil pelo Gasoduto Bolívia-Brasil, com seu uso especialmente na área industrial.
E sua posição atual sobre as demandas do governo boliviano? Entrevistado pela revista argentina Tecnoil, José Fernando de Freitas, presidente de Petrobrás-Bolívia, “señaló que las inversiones de Petrobras en Bolivia se limitarán por el momento a cumplir con el contrato de compraventa con Brasil y a cubrir las nuevas obligaciones para el mercado interno impuestas por el gobierno. Según Freitas, para Petrobras las nuevas reglas de juego la dejan con un alcance muy limitado de rentabilidad, por lo tanto, cualquier inversión nueva va a ser muy estudiada, dadas la características poco atractivas del contrato”.
O desanimo do executivo mostra e bem o desapontamento da enorme empresa estatal brasileira, diante da política econômica de Evo Morales. Um xenófobo nato! Que logo após assumir seu cargo, monologava sobre a atuação das “petroleras” na Bolívia, como se elas fossem modernos piratas e não apenas grandes firmas comerciais de atuação internacional.
Depois do que se passou por lá, qualquer cautela é pouca! Até o Lula pôs suas barbas de molho, com o companheiro Evo.
De sua parte, o representante boliviano, Villegas, declarou a imprensa que “se continúa negociando con la brasileña Petrobras”. O que mostra que eles não perderam a esperança de arrancar algo dela.
O que agora não será tão fácil! Afinal, o que eles conseguiram antes, decorreu da tibieza do Presidente Lula. Que parece que, agora abriu os olhos! Tanto que o Brasil afastou-se de Hugo Chavez e de seus megalomaníacos projetos. Que incluíam um imenso gasoduto sul-americano e a criação de um banco de desenvolvimento do subcontinente, com capitais extraídos das reservas internacionais de cada associado.
Isto deixou Chaves apenas com seus parceiros, os presidentes Evo Morales, Nestor Kirchner e Rafael Correa, respectivamente da Bolívia, Argentina e Equador. Mas todos estes, enfrentam em seus países, fortes correntes oposicionistas. Só Chaves permanece mais ou menos impávido na Venezuela!
Voltando a entrevista do presidente da Petrobras-Bolívia, quando “se le preguntó si a Petrobras le interesaba la provisión de gas a la Argentina, Freitas respondió que “las proyecciones ofrecidas por YPFB para proveer gas a la Argentina no nos interesan. El precio no es la única variable a analizar. Hay factores que tienen que ver con las condiciones comerciales, las obligaciones de entrega, las obligaciones de pago, el riesgo involucrado comparado con el potencial… Si el riesgo es mucho más grande que el potencial, entonces no se hace”, dijo”.
Tais palavras explicam a conduta do presidente da Argentina, que se mostrava tão ávido de abocanhar as instalações brasileiras em Tarija, tendo até dito, histericamente, que bastava Evo lhe telefonar, que os argentinos iriam incontinenti substituir os brasileiros naqueles trabalhos.
As águas são profundas e negras! Por isto, vou continuar acompanhando os acontecimentos no país andino e depois voltarei ao tema.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Uma tempestade está se formando nos Andes bolivianos


A Bolívia desde a ascensão de Evo Morales vive um fortíssimo clima de tensão política. O governo é radical e a tudo radicaliza. Os focos de tensão internos e externos são inúmeros.

Eu não pretendo tratar aqui de questões meramente internas daquele país, por respeito à soberania boliviana. A minha intenção é anunciar a nova pendenga entre o governo e as chamadas “petroleras”, ou seja, as firmas estrangeiras que extraem petróleo e gás no montanhoso país.

Este, não possui poupança interna, nem fundos governamentais disponíveis para investimentos industriais. Por isso, autorizou aquelas firmas a fazerem o citado trabalho. Elas já estão lá há vários anos, mas recentemente tiveram que renegociar seus contratos e segundo a própria mídia boliviana reconheceu, nenhum destes previu novas inversões. O governo Morales entende o contrário e agora determinou que, ou as empresas anunciam novos investimentos ou terão suas concessões rescindidas. A maior delas pertence à Petrobrás – daí o meu interesse pelo assunto.

Na época da subscrição do contrato com a Bolívia, o presidente da Petrobrás declarou que sua subsidiária boliviana não estava obrigada a fazer investimentos de vulto, mas apenas aqueles necessários à manutenção das atividades existentes (algo em torno de algumas centenas de milhões de dólares); o que é pouco para uma empresa deste porte! Recentemente, o teor dos contratos em geral foi comentado pela mídia andina, que confirmou a inexistência desta obrigação.

O problema é que a Bolívia depende do gás para sua sobrevivência e progresso. Fora isto, nada mais que ali existe tem a importância deste insumo. E curiosamente, o que ela produz atualmente, através das multinacionais, só lhe permite manter seus contratos atuais; alguns deles, os menores, nas suas quantidades mínimas.

Por isto, novos investimentos serão essenciais para a sua economia. O problema é que o país vive em constante efervescência. Também é instável, como as áreas vulcânicas e a maioria dos seus dirigentes são despreparados ou incompetentes. Ainda, ali existe um forte sentimento de xenofobia, que não facilita os contatos com as firmas estrangeiras.

As empresas petrolíferas queixam-se discretamente, que o governo, ou não lhes assegurou os mercados consumidores para os acréscimos a serem feitos na produção, ou ainda não fixou regras claras para a área. E sem isto, elas não poderão investir. O governo alega que as petroleiras também devem produzir para o mercado interno, além do externo. O problema é que aquele não é atraente, pois o valor de venda dos produtos é tabelado e está muito abaixo do preço internacional.

Para se ter uma idéia, um milhão de BTU de GN, para a Argentina vale US$ 5, 16, para o Brasil custa US$ 4, 4, enquanto que na Bolívia tem de ser vendido entre US$1, 1 a US$1, 30; cabendo as petroleiras arcarem com a grande diferença nestes preços.

Por enquanto, pouco se disse ali sobre a Petrobrás, que se mantêm extremamente discreta; mas, é inevitável que ela entre na dança, pois é a maior de todas as que ali existem e por isto um alvo preferencial natural.

Só existe uma certeza: a de que na Bolívia está se formando uma tempestade, que fatalmente atingirá o Brasil! Tanto que Evo Morales, disse que se “hasta el 20 de agosto se extenderá el último plazo para la presentación de los planes de inversión bajo la advertencia de asumir acciones como la reversión de las concesiones gasíferas donde no se ejecuten inversiones”. Morales, “hizo este anunció apoyado en su colega argentino Néstor Kirchner, quien el viernes dijo que suplirán las inversiones privadas”. “Kirchner es muy amigo”, digo eu mesmo! Curiosamente, a mídia brasileira não tem noticiado estes fatos, mas logo isto ocorrerá, pois Morales tem o apoio da Venezuela e da Argentina; cada uma delas, por razões totalmente próprias. Vamos acompanhar e ver o que dará, pois desta vez o governo Lula terá que intervir, sob pena de ficar desmoralizado interna e externamente. E Lula tem grande dificuldade em tomar decisões importantes, como todos os brasileiros bem sabem.


Fonte: La Pátria.


Acesso em: 14/08/2007.

sábado, 4 de agosto de 2007

Ir de abajo arriba


A América do Sul ocupa uma área de 17.819.100 km2, sendo que o Brasil tem um território de 8,5 milhões de km2; ou seja, nosso país tem 47% da área do subcontinente.
Politicamente, este está dividido em doze países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, Guiana e Suriname; sendo certo que a Guiana Francesa é apenas um departamento integrante da França.
Sempre achei este número doze muito significativo, a augurar as melhores perspectivas para todos que ali vivem. Os doze filhos de Jacó foram os pais das doze tribos de Israel. Doze apóstolos acompanharam Jesus de Nazaré e depois guiaram os cristãos primitivos. Em princípio, o número é completo e sugere um povo de Deus. Somados os algarismos o resultado é três, que representa a Santíssima Trindade dos cristãos em geral. A melhorar aqueles augúrios!
Parece até incrível, que se escreva isto sobre um subcontinente, em que grassa a miséria, inexista a melhor educação, proliferem os piores políticos, a corrupção seja secular, campeie o servilismo e floresça o autoritarismo! Uma coleção de situações lamentáveis a desanimar qualquer pessoa (excluído São Francisco de Assis).
Mas, é preciso não esquecer que a marcha da civilização no planeta foi muito lenta. Há quinhentos anos atrás, o subcontinente era habitado por autóctones variados; a maioria completamente selvagem e aqui e ali haviam alguns núcleos indígenas, de darem inveja aos antigos egípcios. Repentinamente, europeus da pior espécie aqui chegaram, como gafanhotos. A princípio, tímidos; depois agressivos; e finalmente, senhores da terra. Com eles trouxeram doenças e hábitos detestáveis. Não se pejaram de destruir totalmente as civilizações asteca e maia, dentre outras. E escravizarem os pobres índios sobreviventes. Forjando uma aparente civilização; cheia de defeitos e imperfeições.
A liberação dos povos sul-americanos foi realizada pelas classes conservadoras locais, que se formaram nos séculos que se seguiram ao descobrimento e as paulatinas ocupações. Foi também imperfeita! O desenvolvimento que se seguiu foi elitista e não supriu as muitas lacunas existentes. Que geraram exatamente a miséria, o analfabetismo, a corrupção generalizada, e todos os demais males, até hoje existentes.
Daí o triste quadro atual, tão desanimador! Que é conseqüência dos abusos e desmandos do passado de ocupação e domínio desta parte do Novo Mundo.
Mas a vida é eterna. Aqui se faz e aqui se paga. Quem errou, solverá seu débito. São muitos! De qualquer forma, os augúrios são propícios. Um dia as coisas irão melhorar! Enquanto isto, como dizem os hispano-americanos – “ir de abajo arriba” (ir de baixo para cima). Afinal, Deus é maior que todos nós juntos. E de sua obra faz parte o subcontinente.