quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Vamos começar do zero?


A Bolívia está sendo governada por um grupo político, não apenas radical, como também despreparado para as ações governamentais. A sua frente encontra-se o ex-pastor de lhamas, Evo Morales. Cujo governo procedeu a uma reforma especialmente tributária na área dos hidrocarbonetos ali explorados. Chamou-a de nacionalização dos recursos petrolíferos. Embora eles estivessem nacionalizados desde o nascimento da melancólica república; pois, o “crudo” estava sepultado sobre toneladas de terra e rocha, não havendo dúvidas de que pertenciam ao pequeno país. Vorazmente Morales forçou a compra “a preço de galinha morta” das duas refinarias bolivianas. Com isto feriu os interesses da Petrobrás, que ali atuava naquelas áreas desde os anos noventa.
Prudentemente, a grande empresa evitou polemizar e cedeu em toda a linha, mantendo apenas seus negócios de extração e transporte de gás natural (GN) direcionados ao Brasil. Interpelada se ali iria investir maciçamente, ressaltou até recentemente que continuaria apenas aplicando o necessário para manter a posição já existente. Uma política natural!
Enquanto isto o governo boliviano trombeteava, que aumentara as reservas internacionais do país de US$1 bi para quase US$5 bi, como resultado de sua reforma tributária. Evitava responder, quando lhe indagavam pela imprensa local, o que faria para cumprir os contratos petrolíferos com o exterior, se não tinha produção suficiente para tanto.
Ou seja, ao aumentar a arrecadação tributária afastara todas as petrolíferas, que temiam investir no instável país.Receando novos golpes contra elas!
E foi aí que surgiu a salvação. Como? Foi o Lula. Uma espécie de anjo humano, que surgiu para anunciar, no bojo de algumas dificuldades de abastecimento interno de GN, que irá em dezembro a Bolívia dialogar com seu intratável homólogo.
Antecedendo isto, o presidente da Petrobrás foi ao país andino para negociar; aliás, seus representantes ali já haviam iniciado este trabalho, antes dele chegar. Com mais sinceridade admitiu, que qualquer novo contrato de exploração estaria direcionado ao cumprimento das obrigações bolivianas com dois grandes clientes internacionais e ainda ao fornecimento de GN ao mercado interno boliviano. Basicamente, aqueles incluíam o Brasil e a Argentina; esta última esfomeada de gás! E que tudo ainda demoraria, até que as primeiras moléculas daquele insumo fossem colocadas no GASBOL (o gasoduto que as transporta para o Brasil).
Ou seja, apesar de todo o alarde, boa parte de culpa da imprensa nacional, ir a Bolívia não evitará problemas de abastecimento deste insumo em nosso país. Por um tempo considerável!
Ironicamente, a mídia boliviana fez a “charge” aqui reproduzida, mostrando o ministro boliviano da área recebendo Sérgio Gabrielli, da Petrobrás, e convidando-o a começar tudo do zero. No fundo, o orgulho boliviano esconde a imensa pobreza de sua população e a insanidade de seus dirigentes, absolutamente despreparados para a ação governamental. Infeliz Bolívia!

Fonte da “charge” – El Diario – 8 de noviembre de 2007.
http://www.eldiario.net/
Acesso em: 08/11/2007.

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