terça-feira, 31 de julho de 2007

Maus momentos na economia argentina!


Na Argentina, o gás natural representa 49% de sua matriz energética. Além do gás, a matriz energética argentina é basicamente composta pelo petróleo, com os restantes 41%. Muito atrás aparecem a energia hidráulica e a nuclear.
O gás e os derivados de petróleo alimentam as 45 usinas termelétricas, que produzem 50% da eletricidade do país. A outra metade é dividida entre as 33 hidrelétricas (45%) e as duas centrais nucleares (5%).
Em tempos de normalidade, 30% daquele gás abastecia as indústrias, 21% eram destinadas a usinas termelétricas para produzir eletricidade e 8% eram usados como gás natural veicular.
Infelizmente, a produção de gás atingiu seu pico em 2004 e passou a cair desde então, como caíram também as importações vindas da Bolívia. As hidrelétricas sofreram com a escassez de chuvas e estão operando abaixo de sua capacidade. O petróleo argentino, por sua vez, teve seu pico de produção em 1998. Atualmente, cada vez mais o país precisa recorrer a importações, para suprir o consumo interno.
Tudo isto seria mau, em princípio! Mas o frio da Antártida que chegou ao país transformou o mau em péssimo. Afinal, o país precisa diariamente de 18 mil megawatts de energia elétrica e dispõe de apenas 16 mil megawatts; faltam 2.000 megawatts, todos os dias. No caso do gás, o déficit é de 25 milhões de metros cúbicos diários.
A forte onda de frio levou o governo a redirecionar a maioria da produção de gás para os consumidores domésticos, cortando ou racionando aquele endereçado a industria. Em razão disso, cerca de 300 fábricas pararam totalmente suas atividades e 4.000 estão em férias coletivas ou com suas atividades reduzidas.
Que situação! O que virá? Nada de bom, para a arrecadação de impostos e a manutenção dos empregos.
Isto também colocou a nu a imprevidência e a demagogia, que no passado recente levaram a esta angustiosa situação. No mesmo, o governo da época congelou as tarifas e os preços. O país vivia péssimos momentos e isto era uma forma de contentar a população, premida pelas dificuldades econômicas.
O tempo passou, mas nada mudou quanto aqueles preços. No país a situação econômica melhorou e até no Brasil se dizia – lá se cresce, enquanto aqui permanece a estagnação!
A errônea política teve seu preço; nenhum investimento se fez para acrescer as fontes de energia, que permaneceram estáticas, enquanto o consumo crescia, embalado nas baixas tarifas. Ou seja, conjugaram-se dois fatores que juntos levam sempre à crise: aumento de consumo e paralisação de investimentos; conseqüência: produção e investimentos estacionados.
O governo argentino, aparentemente adormecido, acordou tarde! Em 2006, a Argentina firmou um contrato com a Bolívia, pelo qual esta se comprometeu a fornecer 27.700.000 m³/dia, a partir de 2011. Para isto os argentinos farão vultuosos investimentos naquele país, incluindo um extenso gasoduto. Mas, nada disso irá aliviar a penosa situação, hoje vivida pelo país. Nem evitará as más conseqüências, do que agora acontece.

Fonte:
Eletrosul. http://www.eletrosul.gov.br/. Acesso em: 30/07/2007.

domingo, 29 de julho de 2007

Mini-biografia de Evo Morales



Juan Evo Morales Ayma nasceu em 26 de outubro de 1959, no Departamento de Oruro, filho de uma humilde família aimará, que economicamente premida acabou mudando-se para o Chapare, aonde ele viveu anonimamente. Fez seus estudos, até o curso secundário e serviu como praça no exército de seu país. Foi pastor de “llamas”, pedreiro e músico. Nas horas vagas jogava futebol.
Destaque-se, que também foi em 1959, que Fidel Castro, ante a fuga de Batista, então ditador de Cuba, ocupou seu lugar, direcionando seu esforço para lograr ser o novo governante absoluto do país. Evo ao nascer, não sabia que acabaria sendo admirador incondicional de Fidel, que o inspiraria em muitas de suas posteriores ações políticas.
Em 1983, Evo ingressou na diretoria do sindicato dos “cocaleros” de São Francisco, no Chapare. A organização visava congregar os cultivadores do arbusto andino, que desde tempos imemoriais servia para mitigar a sensação de fome e permitir longas caminhadas e extensas jornadas de trabalho, nas altas altitudes próprias dos Andes.
Parecia algo inofensivo! Apenas parte da cultura ancestral dos indígenas. Mas suas folhas serviam ainda para fabricar a cocaína. Por isto, durante os anos 90, os “cocaleros” enfrentaram-se em repetidas ocasiões com o governo do presidente Hugo Banzer Suárez, que havia prometido aos Estados Unidos a erradicação total do cultivo de coca do país.
Em 1987, surgiu o “Movimiento al Socialismo” (Movimento para o Socialismo), o partido político a que Evo Morales se filiou e que acabou conhecido por MAS. Em 1988, Morales assumiu ainda a presidência da “Federación del Trópico de Cochabamba”, uma associação de camponeses plantadores de coca, que resistiu aos planos governamentais para a erradicação desses cultivos.
Curioso é que, sua ascensão política e sua saída do anonimato, deveu-se a um simples arbusto nativo, cientificamente denominado “Erythroxylum_coca”. Só poderia ser num país com as peculiaridades da Bolívia! Logicamente, em conjugação com intensas atividades sindicais e políticas.
Como líder cocaleiro e membro de um partido popular foi-lhe fácil obter um mandato de deputado, em 1997, do qual foi destituído pelo parlamento em 2002. Mas ele não desistiu! Apoiado financeiramente por Hugo Chavez, presidente da Venezuela, candidatou-se a presidência boliviana em 2002, perdendo para o conhecido “Goni” (Gonzalo Sánchez de Lozada), que foi eleito e empossado. Mas, que graças a Morales acabou tendo que renunciar, auto-exilando-se nos EUA em 2003. O vice-presidente Carlos Meza assumiu, mas acabou tendo que demitir-se. Os dois, foram defenestrados por movimentos de protestos em massa, liderados por Morales, que transformaram as cidades bolivianas num inferno urbano. Especialmente, em El Alto morreram dezenas de pessoas, durante o governo Lozada. A presidência foi assumida por Eduardo Rodríguez Veltzé, juiz das Corte Suprema, a quem coube convocar eleições antecipadas, que levaram Morales ao poder supremo de seu país; o que se deu em 2005, com 53,74% dos votos. Ou seja, acima da maioria absoluta dos votantes.
Em 20 de janeiro de 2006 ele assumiu o cargo, tornando-se o 65.° presidente de seu país. Este passo encerra sua caminhada na planície e o coloca no altiplano de sua pátria. Não havendo dúvidas de que ele não caminhou pacificamente para este, mas o obteve aos trancos e barrancos, ao menos com muitas cotoveladas e pontapés, a lembrar uma acirrada partida de futebol. Tudo isto a augurar tempos difíceis e conturbados para o pequeno país mediterrâneo.

Fontes:

Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Evo_Morales. Acesso em: 28/07/2007.
Portal del Gobierno de Bolivia. http://www.bolivia.gov.bo/. Acesso em: 28/07/2007.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Porque observo os vizinhos países?

Como sul-americano, observo aqueles que mais próximos se acham de mim; e vejo em primeiro lugar, "nuestros hermanos del America del Sur".
Ao lado do Brasil, a ciumenta Argentina, sempre rivalizando com ele. Coisa bem infantil! Parece atitude de criança menor em relação a maior. Acredito, que eles deveriam mudar esta conduta, por algo mais maduro.
Bem perto, a hoje atormentada Bolívia. Terrível! Como pode um país tão pequeno ser tão turbulento. Isto só pode levar a sua auto-destruição.
Pertinho, o Paraguai. Tão tímido e arredio. A Guerra Grande afetou seu orgulho guarani.
em baixo, o Uruguai - a república oriental, antiga província cisplatina. Uma projeção natural do Rio Grande do Sul: pequena, população reduzida, mas orgulhosa de sua soberania.
E todos os demais; quase todos pequenos, outros um pouco maiores, mas todos abrigando seus povos.
Sobre todos eles falarei um pouco. As vezes, mais sobre algum deles. Sempre procurando respeita-los, mas sem fugir a realidade.