quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O DIA 15 DE DEZEMBRO AINDA NÃO FOI O DIA “D” NA BOLÍVIA!


Realmente, na citada data os fatos ocorridos nos departamentos de Pando, Beni, Tarija e Santa Cruz, foram apenas políticos. Cada um a sua maneira tratou de anunciar os seus respectivos estatutos, que não são idênticos e que, ainda não estão em vigor. O mais ousado foi o de Santa Cruz, que se arrogou o direito de superpor as leis nacionais as suas próprias, cuidando primeiro de ali legislar, organizar e manter uma força policial e cobrar seus impostos. Afinal, o departamento é o maior do país e ainda o mais rico!
Morales teve que fingir que nada disso era importante, ainda que de má vontade. E, tratou de fazer melhor cara para receber seu mais bem sucedido colega do sindicalismo – o Presidente Lula. E ainda a colega chilena, de quem precisa bastante nas suas tentativas de obter de volta pequena parte do litoral perdido para aquele país no século XIX. Algo impossível, pois contraria a constituição chilena.
Lula, no dia seguinte desembarcou na Bolívia, antecedido em poucas horas pela Presidenta do Chile. Os três, então juntos, ainda no dia 16 anunciaram uma rota rodoviária tri-nacional, que começará em Santos (Brasil) e terminará em Arica (Chile), ligando o Atlântico ao Pacifico. Tema para eventual e futuro artigo.
No dia seguinte, um domingo, entre outros temas, os presidentes brasileiro e boliviano subscreveram documentos, que asseguram a retomada de investimentos das Petrobrás na Bolívia. Esta tinha se comprometido a vender mais do que produzia e não conseguia que novos parceiros internacionais efetivassem fortes investimentos no país mediterrâneo. Tudo produto do despreparo mental e intelectual dos colaboradores de Morales – verdadeiros “aloprados”, como gosta de dizer o Lula. Também um tema para eventual e futuro artigo.
Com isto Lula mostrou ter palavra e nada arriscou; afinal, sua visita foi a La Paz, aonde está a sede do Poder Executivo boliviano e que está longe dos departamentos adversários. Ali, pelo menos Morales ainda domina!
Em ambos os encontros, o maléfico Hugo Chávez não se fez presente, contrariando uma prática que adotara e que aparentemente deixou de ser bem vinda para Lula e Bachelet e até se mostrou incômoda para Morales.
Vejo nestas ações de Lula a demonstração, de que Brasil e Venezuela num acordo bilateral secreto estabeleceram áreas de influência na Bolívia. O que não foi mau! Chávez anda muito hostilizado na terra de Morales, por sua própria culpa. O Brasil, com 47% do território sul-americano e vizinho tanto da Bolívia como da Venezuela, não pode permitir que o “chavismo” amplie a sua fronteira com o Brasil, que já tem 2.199,0 km, obtendo mais 3.423,2, que pertencem a Bolívia. Isto seria um muito mau negócio! Ainda mais, que a Venezuela tem se rearmado, deixando em situação desconfortável as forças armadas do Brasil, e sendo as nossas fronteiras terrestres totalmente permeáveis a penetrações clandestinas.
Evo Morales é um despreparado para o poder. Mal tem o segundo grau e possui idéias próprias de um pastor indígena de “llamas”. Inseriu em sua mambembe constituição a consagração no país das autonomias indígenas e ali autorizou a estes a manterem uma justiça ordinária própria, equivalente ao poder judiciário regular. Um absurdo! Sempre cercado de pessoas, sem escolaridade e sem nenhuma responsabilidade, governa o país como se fosse uma tumultuada aldeia. Oriundo do sindicalismo “cocalero” defende as plantações da “hoja” com unhas e dentes e até teve a coragem de dizer no exterior, que a cocaína é problema dos estrangeiros, não dos bolivianos. Embora a folha da coca é que seja a matéria prima da maldita droga. De maneira servil imita Chávez em absurdas atitudes, impróprias de um chefe de estado. E se move pelo país em helicópteros venezuelanos emprestados, mantidos e pilotados por militares deste país; uma espécie de precaução contra algum atentado.
O referendo revocatório que propôs está sendo analisado no congresso. Suas tratativas iniciais de um diálogo, em que olharia os dirigentes dos departamentos de cima, caíram no vazio, sendo desprezadas pelos seus adversários. Acabou, porém, ouvindo aos representantes diplomáticos dos países da União Européia, que o alertaram reservadamente e até mesmo a Lula, que lhe sugeriu “paciência”; e está negociando uma futura reunião com seus inimigos, em melhores condições para eles. Assustou-se e está aparentemente adotando maior cautela naquilo que chama de “cambios”, ou seja, nas mudanças legais.
Eu, pessoalmente sou centrista e abomino os movimentos radicais, sejam da direita, sejam da esquerda. E torço para que as coisas lá se equilibrem melhor, pois estavam indo bem mal!
E concluo, que, aquela data não foi o dia da decisão (DIA “D”), mas marcou um recuo do sócio menor de Hugo Chávez: o boliviano Juan Evo Morales Ayma. E um momento de união para aqueles que o combatem, que assim se fortaleceram.

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