sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

PARCIAL RETOMADA DOS INVESTIMENTOS DA PETROBRAS NA BOLIVIA.


Os presidentes Lula e Morales encontraram-se em La Paz, no dia 17 deste mês, para participarem de reunião com a finalidade antes referida. Já no dia anterior eles haviam se reunido com a presidenta do Chile para tratarem de outra questão: EL CORREDOR BIOCEÁNICO. Sobre este acesse matéria neste blog. Houve outros temas, mas o principal foi aquele da Petrobrás com a YPFB (uma pequena empresa estatal do país), que representa o estado nestes negócios, no qual se anunciou o retorno dos investimentos daquela megaempresa neste país.
Consoante a multinacional brasileira, ela e a YPFB, “assinaram comunicado conjunto prevendo novos investimentos para aumentar a produção de gás natural na Bolívia. Em parceria com seus sócios, a companhia estima que poderá investir entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão, a depender dos resultados a serem obtidos na exploração de novas áreas. O documento foi assinado durante cerimônia no Palácio Quemado, na presença dos dois presidentes. As empresas firmaram também acordo para a capacitação técnica de recursos humanos para a indústria petrolífera da Bolívia. Foram definidas ainda as linhas gerais para a execução conjunta de projetos de exploração nas áreas de Carohuaicho, Astillero e Cedro, com possibilidade de constituição de uma Sociedade de Economia Mista”.
Segundo a mídia brasileira, por ora, apenas US$ 300 milhões estão certos e serão usados para ampliar a produção de gás nos campos de San Alberto, San Antonio e Ingre. A estatal obteve o compromisso de que poderá vender a maior parte de sua produção nos novos contratos ao mercado externo, e que ela concorrerá com um teto de 18% de sua produção para o abastecimento do mercado interno. A venda neste é mal vista, mas necessária, pois os preços internos são baixíssimos. Produto de uma espécie de tabela ali aplicada por ordem governamental. Mais uma das fantasias econômicas da Bolívia!
Na mesma ocasião, a Petrobrás e a YPFB chegaram a um acordo final sobre a fórmula de pagamento dos líquidos contidos no gás natural comprado pela primeira, por um valor entre US$ 100 milhões e US$ 180 milhões por ano, conforme Ata de Brasília, de 14 de fevereiro de 2007; eles serão pagos pela Petrobras a partir de 2 de maio de 2007, que foi a data em que entrou em vigor o acordo de intercâmbio. Isto era um “rabo” entre ela e a Bolívia, que previa um pagamento extra pelo GLP e gasolina branca, que vinham misturados ao GN fornecido; este com um valor mais baixo e aqueles, com um preço internacional próprio mais elevado. Que agora importará no citado valor anual. Algo razoável para os dois países.
E a mídia boliviana como reagiu? Com enorme satisfação, servindo de exemplo a seguinte matéria: “Las informaciones ofrecidas en medio de las ceremonias protocolares son más optimistas que las frías cifras ofrecidas por el presidente de la empresa brasileña, José Sergio Gabrielli. Los anuncios hechos al calor de los discursos mencionaron la cifra de 1.000 millones de dólares, pero Gabrielli dijo que se llegará a ese monto poco a poco, en varios años, si es que los primeros trabajos lo justificaran”. Corretamente o mesmo jornal lembrou: “De todos modos, se trata del primer anuncio de una inversión importante que se hace en el sector petrolero desde que se produjeran aquellas ceremonias de toma del campo San Alberto, en mayo del 2006, con que comenzó el proceso de cambio de los contratos. El incremento de los impuestos que llegó con el cambio, pero sobre todo la decisión de que las empresas sólo debían dedicarse a prestar servicios a YPFB, vino a frenar en seco las inversiones, como se pudo observar luego con el estancamiento de la producción”. E não deixou de destacar: “En efecto, la empresa estatal venezolana PDVSA ofreció hace dos años invertir 1,5 millones de dólares en el sector petrolero boliviano, pero todavía se hace esperar. Otras ofertas de inversión, menos precisas que la de PDVSA, como la de la argentina Enarsa, también decepcionaron. En semejante panorama, el anuncio de Petrobras es una bendición. Todo indica que el Gobierno boliviano debió hacer algunas concesiones a la petrolera”. E rematando relembrou os resultados da chamada “nacionalização dos hidrocarbonetos”: “... la falta de inversiones petroleras obligó a Bolivia a incumplir compromisos de exportación de gas natural, como es el caso del contrato de venta de 2,2 millones de metros cúbicos diarios a la planta termoeléctrica de Cuiabá, en Brasil, y como es el hecho de que en este momento las exportaciones a Argentina están por debajo de los niveles convenidos. Ahora se aproximan compromisos todavía mayores de exportación y estaba en juego el prestigio del país como proveedor de gas natural. Las exportaciones a Argentina deben pasar de 7,7 a 27,7 millones de metros cúbicos diarios en el lapso de dos años, para lo cual es imprescindible duplicar los volúmenes de producción que se tiene en este momento”. Expressando que “las futuras inversiones de Petrobras podrían alentar a otras empresas extranjeras a operar en Bolivia. El Gobierno nacional se ha comprometido a respetar las reglas de juego para favorecer la llegada los recursos que el país necesita para poner en movimiento sus potencialidades económicas”.
Por este artigo, vê-se que na Bolívia existem pessoas inteligentes, que assim divulgando na imprensa o que ocorreu, bem demonstram a estupidez de um governante, que por mero preconceito molestou e ainda escorraçou uma grande empresa investidora, acreditando que seu “padriño”, Hugo Chávez o iria socorrer, quer diretamente, quer através da Argentina. O que não ocorreu, deixando o pequeno país sem condições de cumprir novos compromissos exportadores, levianamente assumidos pelos “aloprados” do mesmo governo. Sobre isto já escrevi antes: Vamos começar do zero? (leiam neste blog). Representando o investimento brasileiro, ora anunciado, um limitado incentivo para que outras empresas estrangeiras também o façam.
Ainda durante o evento, Lula e Evo trocaram elogios nos discursos que fizeram. Lula prometeu ajudar a Bolívia em áreas como educação, energia, agricultura e defesa e ainda por diversas vezes comemorou o fato de ambos os países não terem se afastado, apesar das pressões na época da nacionalização dos hidrocarbonetos. O que não surpreende, pois Lula não só é um sonhador, como também gosta de comemorar por antecipação.
Aqui no Brasil a mídia proclamou que “prometer investimentos numa situação tão incerta é no mínimo precipitado (sendo melhor) adiar essa decisão até que o cenário na Bolívia se desanuviasse”. Uma justa preocupação, mas que na realidade não é procedente, face ao baixo valor dos investimentos da Petrobrás na Bolívia para 2008.
A empresa anunciou há pouco seu orçamento para investimentos para 2008, que prevê a alocação de R$ 54,9 bilhões, cabendo a área Internacional uma fatia de R$ 6,828 bilhões; dos quais 32% nos Estados Unidos, 30% na América Latina, 19% na África, e os 19% restantes nos demais países. Neste contexto, apenas trezentos milhões de dólares na Bolívia é muito pouco. Mas é o que Evo Morales e seus “aloprados” mereceram!
Para os brasileiros o mais alentador é saber, que a Petrobrás destinou R$ 5,636 bilhões à área de Gás e Energia; deste total, R$ 3,7 bilhões serão aplicados em gasodutos, R$ 700 milhões em projetos de termoelétricas e R$ 500 milhões em duas unidades de regaseificação de Gás Natural Liquefeito, objetivando-se ainda concluir no próximo ano 1.000 km de gasodutos. O que significa que com isto se diminuirá a dependência brasileira do gás da Bolívia, mediante as futuras unidades de regaseificação, serão ampliados os gasodutos existentes e será criada maior capacidade de geração termoelétrica, para evitar qualquer futuro apagão.
Esperando-se que, o povo boliviano, que merece toda a minha consideração, logre melhorar o seu governo, nele colocando melhores elementos a sua frente, para assim receber o que todos os brasileiros desejam a ele: Paz, prosperidade e ampla distribuição de renda!



Fontes:

Folha de São Paulo Opinião - 18 de dezembro de 2007.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1812200702.htm
Acesso em: 18/12/2007.

Folha de São Paulo Brasil - 18 de dezembro de 2007.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1812200708.htm
Acesso em: 18/12/2007.

Folha de São Paulo Mundo - 18 de dezembro de 2007.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1812200709.htm
Acesso em: 18/12/2007.

La Razón – La Paz – 20/12/2007.
http://www.prensaescrita.com/diarios.php?codigo=BOL&pagina=http://www.la-razon.com
Acesso em: 20/12/2007

Folha de São Paulo – 21/12/2007.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2112200728.htm
Acesso em: 21/12/2007.

Petrobrás.
http://www2.petrobras.com.br/portugues/ads/ads_AtuacaoInternacional.html.
http://www.agenciapetrobrasdenoticias.com.br/materia.asp?id_editoria=8&id_noticia=4315
Acesso em: 26/12/2007.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

EL CORREDOR BIOCEÁNICO.

Em La Paz estão sediados os Poderes Executivo e Legislativo da Bolívia. Apesar da turbulência, que há tempos caracteriza o país andino, havia ali a paz necessária para a visita de dois chefes de Estado: o do Brasil e a do Chile.
Eles se encontraram no dia 16 deste mês, para atos formais de direito internacional. Ali, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales, presidente da Bolívia e a presidente chilena, Michelle Bachelet, anunciaram uma estrada ligando os portos de Santos e Arica, passando pela Bolívia. E para tal subscreveram “un Memorándum de Entendimiento denominado “Declaración de La Paz, en el cual los tres gobiernos se comprometen a impulsar la integración regional mediante a construcción del Corredor Bioceánico”.
E o que precisará ser feito para concretizá-lo. A imprensa da Bolívia elucida: “En Bolivia, existen diversos tramos que se encuentran en construcción, las cuales estarían terminadas en el 2008, como en el tramo entre Santa Cruz y Puerto Suárez. En Brasil, no existen tramos pendientes, todos están pavimentados sumando unos 1.300 kilómetros. En el caso de Chile, las rutas también están pavimentadas pero serán arregladas para su mejor uso. Los caminos chilenos de Huara-Colchane y Arica-Tambo Quemado, son los que formarán parte del corredor y que serán refaccionados. ...omitido... Para concluir el tramo boliviano, el que mayor inversión requiere, se gastarán mas de 400 millones de dólares, los cuales serán cedidos por la Corporación Andina de Fomento (CAF). ...omitido... Según un informe difundido durante el acto, Chile invertirá más de 93 millones de dólares en la conclusión de los tramos que pasan por su territorio y Brasil casi 133 millones en los suyos. Mientras, la inversión prevista en Bolivia alcanza los 752 millones de dólares, 380 de los cuales no tienen todavía fuentes de financiación. ...omitido... Una vez concluido en 2009, permitirá transportar más de dos millones de toneladas de carga por año y unir el Atlántico y el Pacífico en tres días por carretera. ..omitido... En Brasil hay dos ramales, una de 2.225 kilómetros ya pavimentados y se tiene previsto una inversión de 132.86 millones para mejoramiento de esta carretera. El otro tramo que va desde Curumba hasta Santos y San Paulo está pavimentado y en perfectas condiciones”.
Esta a parte técnica e econômica. E a política? Sobre isto disse a imprensa brasileira: “Com seu desembarque em La Paz debaixo de chuva, no domingo, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse que talvez fosse portadora de sol. ... omitido... Bachelet se entende com Alan García, do Peru, na criação de contrapontos que reduzam a influência de Hugo Chávez em países latino-americanos. A operação tem inclusive um nome, o de Arco Pacífico. Ele deve reunir países latino-americanos do Pacífico em oposição à Alba, a Alternativa Bolivariana para as Américas de Chávez. A Bolívia, onde é maior a influência do presidente venezuelano, teria se tornado alvo preferencial dos mentores do Arco Pacífico”.
Para mim pessoalmente, eu a vejo como uma belíssima obra, que promoverá o desenvolvimento e a prosperidade nos três países, em especial a tão pobre Bolívia. Será a primeira vez, que haverá uma ligação rodoviária internacional entre os oceanos Atlântico e Pacífico, na América do Sul. E com isto uma abertura direta marítima do Brasil para a Ásia. Espera-se, é claro, que os acordos internacionais a serem traçados, impeçam que, no futuro Evo Morales ou um sucessor, que tenham índole chantagista, venham a transformar o trecho boliviano em fonte de extorsões contra seus usuários internacionais , mediante normas internas absurdas e predatórias.
A conclusão do corredor se dará em princípio no segundo semestre de 2009, tal como anunciado por Lula.
Não se esqueçam, que o Brasil e o Peru tem em construção estrada(s), que cortam este país e que farão o mesmo para os dois países. Embora ali nada se tema de seu presidente, Alan Garcia, que é figura totalmente diferente de Morales e Chávez. Uma vez concluída(s), ela(s) garantirá (ao) o mesmo acesso do Brasil ao Pacifico e a Ásia. Sobre isto leia neste blog: Boas relações políticas e econômicas entre Brasil e Peru.

Fontes:

CARLOS, Newton. Folha de São Paulo - Mundo. Edição de 18 de dezembro de 2007.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1812200711.htm
Acesso em: 18/12/2007.

El Diario – La Paz – 18/12/2007.
http://www.eldiario.net/
Acesso em: 18/12/2007.

Jornadanet.com – La Paz - 18/12/2007.
http://www.prensaescrita.com/diarios.php?codigo=BOL&pagina=http://www.jornadanet.comAcesso em: 18/12/2007.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O DIA 15 DE DEZEMBRO AINDA NÃO FOI O DIA “D” NA BOLÍVIA!


Realmente, na citada data os fatos ocorridos nos departamentos de Pando, Beni, Tarija e Santa Cruz, foram apenas políticos. Cada um a sua maneira tratou de anunciar os seus respectivos estatutos, que não são idênticos e que, ainda não estão em vigor. O mais ousado foi o de Santa Cruz, que se arrogou o direito de superpor as leis nacionais as suas próprias, cuidando primeiro de ali legislar, organizar e manter uma força policial e cobrar seus impostos. Afinal, o departamento é o maior do país e ainda o mais rico!
Morales teve que fingir que nada disso era importante, ainda que de má vontade. E, tratou de fazer melhor cara para receber seu mais bem sucedido colega do sindicalismo – o Presidente Lula. E ainda a colega chilena, de quem precisa bastante nas suas tentativas de obter de volta pequena parte do litoral perdido para aquele país no século XIX. Algo impossível, pois contraria a constituição chilena.
Lula, no dia seguinte desembarcou na Bolívia, antecedido em poucas horas pela Presidenta do Chile. Os três, então juntos, ainda no dia 16 anunciaram uma rota rodoviária tri-nacional, que começará em Santos (Brasil) e terminará em Arica (Chile), ligando o Atlântico ao Pacifico. Tema para eventual e futuro artigo.
No dia seguinte, um domingo, entre outros temas, os presidentes brasileiro e boliviano subscreveram documentos, que asseguram a retomada de investimentos das Petrobrás na Bolívia. Esta tinha se comprometido a vender mais do que produzia e não conseguia que novos parceiros internacionais efetivassem fortes investimentos no país mediterrâneo. Tudo produto do despreparo mental e intelectual dos colaboradores de Morales – verdadeiros “aloprados”, como gosta de dizer o Lula. Também um tema para eventual e futuro artigo.
Com isto Lula mostrou ter palavra e nada arriscou; afinal, sua visita foi a La Paz, aonde está a sede do Poder Executivo boliviano e que está longe dos departamentos adversários. Ali, pelo menos Morales ainda domina!
Em ambos os encontros, o maléfico Hugo Chávez não se fez presente, contrariando uma prática que adotara e que aparentemente deixou de ser bem vinda para Lula e Bachelet e até se mostrou incômoda para Morales.
Vejo nestas ações de Lula a demonstração, de que Brasil e Venezuela num acordo bilateral secreto estabeleceram áreas de influência na Bolívia. O que não foi mau! Chávez anda muito hostilizado na terra de Morales, por sua própria culpa. O Brasil, com 47% do território sul-americano e vizinho tanto da Bolívia como da Venezuela, não pode permitir que o “chavismo” amplie a sua fronteira com o Brasil, que já tem 2.199,0 km, obtendo mais 3.423,2, que pertencem a Bolívia. Isto seria um muito mau negócio! Ainda mais, que a Venezuela tem se rearmado, deixando em situação desconfortável as forças armadas do Brasil, e sendo as nossas fronteiras terrestres totalmente permeáveis a penetrações clandestinas.
Evo Morales é um despreparado para o poder. Mal tem o segundo grau e possui idéias próprias de um pastor indígena de “llamas”. Inseriu em sua mambembe constituição a consagração no país das autonomias indígenas e ali autorizou a estes a manterem uma justiça ordinária própria, equivalente ao poder judiciário regular. Um absurdo! Sempre cercado de pessoas, sem escolaridade e sem nenhuma responsabilidade, governa o país como se fosse uma tumultuada aldeia. Oriundo do sindicalismo “cocalero” defende as plantações da “hoja” com unhas e dentes e até teve a coragem de dizer no exterior, que a cocaína é problema dos estrangeiros, não dos bolivianos. Embora a folha da coca é que seja a matéria prima da maldita droga. De maneira servil imita Chávez em absurdas atitudes, impróprias de um chefe de estado. E se move pelo país em helicópteros venezuelanos emprestados, mantidos e pilotados por militares deste país; uma espécie de precaução contra algum atentado.
O referendo revocatório que propôs está sendo analisado no congresso. Suas tratativas iniciais de um diálogo, em que olharia os dirigentes dos departamentos de cima, caíram no vazio, sendo desprezadas pelos seus adversários. Acabou, porém, ouvindo aos representantes diplomáticos dos países da União Européia, que o alertaram reservadamente e até mesmo a Lula, que lhe sugeriu “paciência”; e está negociando uma futura reunião com seus inimigos, em melhores condições para eles. Assustou-se e está aparentemente adotando maior cautela naquilo que chama de “cambios”, ou seja, nas mudanças legais.
Eu, pessoalmente sou centrista e abomino os movimentos radicais, sejam da direita, sejam da esquerda. E torço para que as coisas lá se equilibrem melhor, pois estavam indo bem mal!
E concluo, que, aquela data não foi o dia da decisão (DIA “D”), mas marcou um recuo do sócio menor de Hugo Chávez: o boliviano Juan Evo Morales Ayma. E um momento de união para aqueles que o combatem, que assim se fortaleceram.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

O pragmático e bem sucedido Presidente Lula.


Lula sempre foi pragmático. Primeiro quando sindicalista, depois como político e assim continuou na presidência. É a sua fórmula de sucesso!
Ultimamente, isto tem beneficiado ao Brasil. Foi assim entre Lula e Bush e entre aquele e Chávez. Este último é paranóico, temperamental e sofre de mania de perseguição; também, se for contrariado busca retaliar o adversário! Uma criatura inominável! Já Bush é o homem do contra, que ao invés de melhorar, piora tudo! Que o diga o monumental déficit orçamentário, que ele tem deixado anualmente em seu país, sabendo-se que recebeu o governo com superávit.
Tão esdrúxulas criaturas encontraram razões de afinidade com Lula – o ex-operário, que virou chefe de estado e de governo no Brasil. Como a vida é curiosa!
Assim, recentemente, Chávez magoou-se com Uribe, presidente da Colômbia e quer agora retaliar o seu país. Para isto freará as importações, que a Venezuela faz daquele país – especialmente alimentos e irá direciona-las ao Brasil. Pois simpatiza com Lula! O que trará benefícios a nosso país. E vejam, eles importam a maior parte do que consomem.
Bush detesta politicamente a Chávez e por isto aproximou-se de Lula, figura moderada na América do Sul. Levantou a proposta de associar-se ao Brasil na área dos bio-combustíveis, algo que ainda demorará, mas que se for efetivado, será bom para nosso país.
Lula já esteve na Bolívia, para anunciar fortes investimentos da Petrobrás neste país. O que foi uma forma de se contrapor a Chávez, mentor de Evo Morales e seu financiador aberto na política interna e assim aumentar ali o espaço do Brasil, em detrimento do chefe venezuelano. O Senado da Bolívia, que se opõe a Morales já aprovou a concessão a ele da maior comenda do país andino: “El Cóndor de Los Andes”.
Enfim, Lula anda com a bola toda e é querido e prestigiado por adversários mútuos. O que é um milagre político, produto do pragmatismo dele.
Parabéns Presidente Lula! Como brasileiro fico satisfeito com estes sucessos, que provêm de alguém muito inteligente, mas sem cultura formal. E que, em política externa está se saindo melhor, que o laureado acadêmico, Fernando Henrique Cardoso; que se ufanava de ter sido professor no exterior, mas cujo espanhol tinha péssima pronúncia. E que, como presidente, teve a coragem de beneficiar seqüestradores estrangeiros com medidas casuísticas, a pretexto de que eles eram criminosos políticos. Mostrando tibieza e menosprezo ao povo em geral e ainda a Justiça brasileira. FHC: nunca mais! Mas, Lula não queira ser presidente para um terceiro mandato; ceda a vez, como manda a Constituição Federal.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O DIA ‘D’ NA BOLÍVIA SERÁ 15 DE DEZEMBRO?


Evo Morales está para completar dois anos de mandato na presidência de seu país. Neste período tumultuou a tudo e a todos no pequeno estado andino. Fato este proclamado em recente pesquisa divulgada na mídia local.
Há poucos dias, fez aprovar a toque de caixa a nova constituição, criando seríssimos antagonismos com parte importante dos governos dos departamentos. Estes, em reação irão se declarar autônomos de direito e proclamarão a sua própria constituição (que chamam de estatuto), pois repudiaram aquela elaborada pela constituinte oficialista de Morales. E são um grupo de departamentos vizinhos uns dos outros - Pando, Beni, Tarija e Santa Cruz, dos quais o último é o mais próspero da Bolívia. Para melhor entender isto observe o mapa acima.
Como resposta, Morales propôs um referendo popular revogatório dos mandados eletivos dele e dos governadores dos departamentos, desafio aceito pelos mesmos, o que será depois regulado em lei a ser aprovada no congresso nacional. Também, convidou seus adversários a um diálogo, visando a cumprirem juntos a nova carta e as leis, que a regulamentarão, logicamente recusado.
Depois disso tudo, num ambiente de pré-secessão do estado, o seu radical chefe propôs uma trégua de Natal. O que provocou críticas irônicas de seus adversários, que lembrarem que ele se antagonizou com a Igreja Católica, a qual criticou acerbamente, tudo indicando não ser ele católico. Sendo isto uma proposta cínica, que mostra o oportunismo do político indígena, que não se peja de usar qualquer pretexto, mesmo que não acredite nele, quando o mesmo lhe convêm.
De qualquer forma, nada indica que haverá um Natal de paz na Bolívia, inclusive porque no dia 15 de dezembro as autonomias departamentais serão declaradas. O que motivou ameaças de intervenção militar e policial naquelas áreas.
Agora sobre a constituinte, que no seu final foi dominada pelos deputados indígenas de Morales, ausentando-se dela os opositores (o que impediu a presença dos dois terços de constituintes), houve muita coisa curiosa. Por exemplo, no último dia dela, os deputados lancharam mortadela e mascaram folhas de coca, temperando tudo com goles de chá de coca. E aprovaram o texto obedientemente e praticamente sem discussões. Como resultado destes malabarismos parlamentares, saiu apenas uma única reeleição para o presidente, que desistiu de reeleger-se indefinidamente e outras coisas típicas da Bolívia; por exemplo, ela ficou com 36 línguas oficiais (o espanhol e mais 35 dialetos locais) e colocou como dispositivos legais textos de fundo moral inseridos arbitraria e indevidamente na carta magna, um dos quais conclamam o povo a não ser frouxo, nem mentiroso, nem ladrão; coisa típica de escola paroquial de aldeia!
O texto fundamental ainda não está em vigor, pois terá que ser submetido inteiramente a um referendo popular no futuro.
E assim, gerando futuras lutas e dividindo ainda mais a sua população, caminha atabalhoadamente o pequeno país, que é tão pobre, que um quarto daquela tem que viver fora dele, para assim trabalhar e sobreviver; pois, se ali ficassem passariam até fome!
Deixei de fornecer as fontes deste artigo, pois elas estão em várias notícias e diversos artigos da própria imprensa boliviana, que poderá ser acessada através do link aqui existente. Unicamente menciono a fonte do mapa que é o periódico El Deber, de Santa Cruz, cujo endereço eletrônico está ao final.
E estou aguardando o que virá, imaginando que o Presidente Lula não irá à Bolívia no dia 16 deste mês, inclusive porque no dia anterior as raízes de uma conflagração interna terão sido lançadas pelos ardentes governantes departamentais. Se for, o Sr. Luiz Inácio deixará de ser o pragmático, que sempre foi.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA, SEM QUE EU VOLTE PARA LÁ...


Veio-me a memória a Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, ao saber que brasileiros ilegais residentes nos Estados Unidos, estavam retornando em massa ao Brasil. Sinteticamente porque “com regras mais rígidas contra imigrantes, queda do dólar e crise hipotecária, o sonho americano deixa de valer a pena para muitos”. Curiosamente tudo isto saiu na mídia norte-americana , na qual se relatou: “A decisão de desistir da vida nos EUA vem sendo tomada por mais e mais brasileiros em todo o país, de Boston a Pompano Beach, Flórida. Ninguém sabe ao certo quantos estão partindo. Nos últimos seis meses, porém, a migração invertida é nítida na comunidade brasileira nos EUA, estimada pelo governo do Brasil em cerca de 1,1 milhão de pessoas. Para explicar a decisão, os brasileiros apontam para o receio crescente da deportação e o enfraquecimento da economia americana. Muitos citam o vencimento de suas carteiras de motorista - que, sob as regras mais duras adotadas recentemente, não podem mais ser renovadas-, somado à queda forte do dólar ante o real. ...omitido.... Fausto da Rocha, fundador do Centro do Imigrante Brasileiro da área de Boston, diz que seus compatriotas estão deixando Massachusetts aos milhares, alguns depois de perder suas casas em meio à crise das hipotecas. ...omitido... Pela lei, (os que saírem estarão) proibidos de retornar ao país por dez anos, mesmo que seja apenas como turistas”.
Boas notícias! O Brasil precisa de seus filhos; pois, temos uma imensa extensão territorial com grandes vazios populacionais e precisaremos ocupá-lo com inteligência e critério. Sejam bem vindos os auto-exilados, que agora retornam, enriquecidos com as experiências que amealharam na terra do Tio Sam. E não custa relembrar-se o romântico poeta: “NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA, SEM QUE EU VOLTE PARA LÁ; SEM QUE DESFRUTE OS PRIMORES QUE EU NÃO ENCONTRO POR CÁ, SEM QUINDA AVISTE AS PALMEIRAS, ONDE CANTA O SABIÁ”. Afinal, “AS AVES QUE AQUI GORJEIAM, NÃO GORGEIAM COMO LÁ, NOSSO CÉU TEM MAIS ESTRELAS, NOSSAS VÁRZEAS TÊM MAIS FLORES, NOSSOS BOSQUES TÊM MAIS VIDA, NOSSA VIDA MAIS AMORES....”.


Fonte:
BERNSTEIN, Nina; DWOSKIN, Elizabeth - do "New York Times" – traduzido por CLARA ALLAIN, conforme texto na Folha de São Paulo – edição de 05/12/2007.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0512200716.htm
Acesso naquela data.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Boas relações políticas e econômicas entre Brasil e Peru.


Está na mídia a interessante relação política e econômica entre o Brasil e o Peru. Grandes empresas brasileiras, dentre elas a Petrobrás, estão efetuando investimentos na sua economia. A interconexão física, por meio da rodovia Interoceânica, está em plena construção. Os trabalhos para asfaltar quase 1.000 km começaram em julho de 2006 e até setembro deste ano, foram concluído o equivalente a quase 30% da rodovia. A previsão é que já esteja tudo asfaltado em julho de 2010. Por ali passarão cargas brasileiras em direção ao Pacífico, que serão transportadas para portos norte-americanos ou asiáticos. Gerando novas riquezas para os dois países! O intercâmbio comercial entre os dois países alcançou cerca de US$ 2,3 bilhões no ano passado; destas as exportações peruanas ao Brasil em 2006 somaram US$ 789 milhões, enquanto as importações peruanas do Brasil no mesmo ano alcançaram US$ 1,5 bilhão.
Mas fora os incas o que sabe a generalidade das pessoas deste país. É bom explicar um pouco sobre ele. O Peru situa-se no oeste da América do Sul, nas margens do Oceano Pacífico Sul, entre o Chile e o Equador. Também faz fronteira com a Colômbia, o Brasil e a Bolívia. Na fronteira com a Bolívia situa-se o lago Titicaca, o lago navegável de maior altitude do mundo, a 3 821 m acima do nível do mar. Sua economia baseia-se na exploração de minérios como a prata (terceiro produtor mundial), o zinco (quarto), o estanho (quinto) e o cobre (oitavo). Cultiva-se também cana-de-açúcar, açúcar, algodão, café e, na floresta, o trigo. Sua agricultura de subsistência é à base de milho e batata, cultivados principalmente nas serras. Existe no litoral a atividade pesqueira, e nela o Peru é um dos maiores produtores mundiais.
E algo importante – seu presidente. Alan Gabriel Ludwig García Pérez, que tomou posse em 28 de julho de 2006 é um político experiente e, aliás, bastante simpático. Ex-presidente em época anterior retornou legitimamente para um segundo mandato e se mostra desejoso de estreitar os laços econômicos com o Brasil. E o faz de maneira cordial, bem diversa de Chávez e Morales, pois nada tem da arrogância do primeiro, nem da mal disfarçada antipatia do segundo.O que já gera melhores perspectivas para as relações bilaterais.
A propósito dele, há algum tempo atrás, antes de saírem às licenças ambientais para as hidroelétricas do Madeira, ele teria declarado, que permitiria que o Brasil as construísse no Peru e dali enviasse a energia produzida ao nosso país. Não parece nada com os ultradesconfiados presidentes da Venezuela e da Bolívia!Segundo o embaixador peruano no Brasil a economia de seu país vem crescendo num ritmo de 6%, anualmente, há seis anos; o índice de pobreza caiu de 54%, em 2001, para 44%; a inflação está ao redor de 2,8%; as exportações têm crescido, em média, 24% desde 2001; e o investimento estrangeiro aumentou de US$ 810 milhões, em 2000, para US$ 3,5 bilhões em 2006. São bons números! O que levou o diplomata peruano a afirmar: “Essa relação privilegiada que estamos construindo se faz com um país como o Peru, que atravessa um excelente momento na sua história”.
Deseja-se é claro o melhor ao nosso vizinho, que é amistoso e ambiciona legitimamente melhorar suas condições sócio-econômicas, convivendo em paz com os países limítrofes, inclusive com o Brasil.

Fontes:

Wikipedia a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/
Acesso em: 04/12/2007.

MARTÍNEZ, Hugo de Zela. Folha de São Paulo Opinião - edição de 04 de dezembro de 2007
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0412200709.htm
Acesso em: 04/12/2007.

domingo, 2 de dezembro de 2007

En Bolivia estamos viviendo prácticamente al filo de la navaja.


Vou apenas repercutir o editorial de periódico de La Paz, capital da Bolívia, sobre os últimos acontecimentos ocorridos no país. Afinal, no anterior texto eu disse que a Bolívia ia mal, o que foi pouco; pois. para eles as coisas na política interna estão péssimas. Leiam:


“No más intransigencia. La crisis que afecta al país tiende a agravarse por la intransigencia de los líderes políticos, los prefectos y el Gobierno, que no ceden en sus posiciones y no llegan a la conciliación de criterios para solucionar problemas. Estamos viviendo prácticamente al “filo de la navaja” porque en cualquier momento las divergencias pueden originar enfrentamientos cada vez más violentos entre los bandos del oficialismo y la oposición, con saldo de heridos y destrucción del ornato público y de la propiedad privada. Es un momento de mucho riesgo para el sistema democrático, situación que advertimos oportunamente, y ahora la Iglesia, organismos laborales, gremiales y el Defensor del Pueblo coinciden en pedir a los protagonistas de las confrontaciones que depongan su intolerancia que impide el normal desarrollo de las actividades ciudadanas. El Gobierno está pasando por la peor crisis desde su instalación el 22 de enero de 2006, ya que las agresiones entre sectores sociales se intensifican y es imprevisible cualquier reacción tanto de los oficialistas como de los contrarios, cuando proponen y ejecutan presión social, sin pensar en que la violencia genera más violencia. Por ello en Sucre ciudadanos salieron a las calles para impedir la aprobación en grande del texto constitucional, en dependencias de un Liceo Militar. La Policía salió al frente para dispersarlos, pero por su forma violenta de actuar hizo que se organizara una turba que respondió a los ataques con mayor fuerza, hasta tomar los recintos policiales para destruirlos, junto con documentos, muebles y parque automotor. En esos enfrentamientos murieron tres ciudadanos que participaban de las protestas. Tanto los prefectos contrarios al Ejecutivo como los personeros del Gobierno se enfrentan y agreden y después recién buscan conciliar posiciones. Esto ocurre cuando el Jefe de Estado invita a las primeras autoridades políticas departamentales a una reunión para buscar acuerdos sobre los problemas que afectan al país, por efecto de la reducción de los recursos económicos provenientes del Impuesto Directo a los Hidrocarburos, que corresponden a las Prefecturas, y también analizar el rechazo a la aprobación en grande de la nueva Constitución Política del Estado. Los invitados anunciaron su rechazo a la invitación, por los hechos de violencia de los pasados días y porque no habría sinceridad en los gobernantes. La condición para que acepten participar en las reuniones es que el Presidente pida perdón por los luctuosos resultados de los enfrentamientos de Sucre. Por otra parte ha enervado a la población que es ajena a las confrontaciones sociales, la forma de actuar de la Policía Nacional que es blanda con los sectores sociales afines al partido de Gobierno y se ensaña contra, por ejemplo, pacíficos ciudadanos que se organizaron para protestar por el sacrificio de dos canes por parte de los llamados “ponchos rojos”. Tampoco la Policía cumplió con su responsabilidad en Sucre, al replegar a sus efectivos del Ministerio Público porque la Fiscal, encargada de llevar adelante la investigación de los sucesos de esa ciudad, no es de su conveniencia. Estos excesos irritan a los ciudadanos, porque parecería que la institución del orden se alínea al lado de quienes administran el país. La crisis que afecta a Bolivia al parecer no preocupa a la clase política, porque continúa con su accionar secante, sin tomar en cuenta el daño que causan al país con su intemperancia que impide la solución de problemas. Tanto oficialistas como opositores son responsables de los actuales conflictos sociales que se van agravando, por falta de renunciamiento y compromiso para con la Patria. No debemos seguir con incertidumbre sobre lo que puede pasar por la intemperancia de los protagonistas políticos que recurren a la violencia para imponer sus consignas, dejando de lado los intereses de la República”.

Fonte:
El Diario, La Paz., de 02 de dezembro de 2007.
http://www.eldiario.net/
Acesso em: 02/12/2007.