domingo, 2 de outubro de 2016

El 22 de enero de 2020 en Bolivia.


Volto a repercutir uma matéria de jornal da mídia boliviana, para depois comenta-la. Leiam:

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("Tempus fugit")
[Humberto Vacaflor]  Recuerdos del presente

El 22 de enero de 2020

Hay algunas señales preocupantes de lo que ocurrirá el 22 de enero de 2020, cuando el presidente Evo Morales haya dejado el cargo, si es que no lo dejara antes. Mirar lo que ocurre en la región tendría que servir para tomar previsiones. Y comenzar a persignarse.

El presidente argentino Mauricio Macri definió el estado en que encontró a su país después de doce años de kirchnerismo: “dejaron las cosas peor de lo que pensábamos”.

Algo similar le pasó a Michel Temer en Brasil cuando comenzó a descubrir los efectos de la corrupción de los trece años de petismo, en los cuales él también fue actor principal. Analiza la posibilidad de privatizar las empresas estatales que están quebradas o endeudadas.

Y lo que encuentre el futuro gobierno de Venezuela cuando haya terminado de caer el heredero de Hugo Chávez será la desastrosa realidad que ya se percibe.

Las encuestas dicen que el 22 de enero de 2020 Carlos Mesa podría ser el nuevo Presidente de Bolivia, aunque él mismo ahora ni siquiera acepte la posibilidad de que vaya a postularse. Quizá le asuste la idea de heredar la crisis que se está incubando y la secuela de la corrupción.

El país que reciba él o cualquier otro presidente que asuma aquel día será para ponerse a llorar.

• Las empresas estatales tenían 673 empleados en 2006 y ahora tienen 9.975, según datos del economista José Luis Pórcel. (La Superintendencia de Hidrocarburos tenía 60 empleados y ahora tiene 450).

• Una inversión de 2.000 millones de dólares en Bulo Bulo para producir la urea más cara del planeta (537 dólares la tonelada en frontera, frente a un precio internacional de 177 dólares, según Alberto Bonadona).

• Una planta separadora en Yacuiba que costó 700 millones de dólares que deberá vender el GLP a Paraguay con subsidio, según el temor expresado por Francesco Zaratti.

• Un aparato productivo destrozado por el cambio fijo de la moneda, que provoca contrabando y asfixia, según dicen los empresarios privados, aquellos que se atreven.

• Todas las instituciones democráticas o cooptadas o destruidas.

• Las FFAA domesticadas, aunque no del todo. (Un coronel se negó a izar la whipala en Tarija diciendo que él sólo reconocía la tricolor).

El trabajo para el presidente que asuma el 22 de enero de 2020 será descomunal. Que el futuro presidente se vaya preparando, quienquiera que sea.

Vacaflor.obolog.com

 

Fonte:

El Diario - Opinión – La Paz - Domingo , 02 de Octubre de 2016.
http://www.eldiario.net/noticias/2016/2016_10/nt161002/opinion.php?n=31&-el-22-de-enero-de-2020

Acesso em: 02/10/2016.

Só republiquei aqui este texto para mostrar, que não exagerei naquilo que disse em <O ocaso político de Evo Morales e do MAS na Bolívia. > A expressão “whipala” refere-se à bandeira da “Bolívia indígena”, oficializada pelo governo Morales. E daqui até aquela data o tempo restante é limitado e escasso fruindo naturalmente até se esgotar. Acrescentando apenas a malfadada lista de obras estatais o engenho de açúcar de São Boaventura, que custou algo como US$200 milhões e não tem cana de açúcar para moer, algo já sabido antes do início da construção.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O ocaso político de Evo Morales e do MAS na Bolívia.


Faz tempo que não vinha aqui, mas agora retornei e deixo esta matéria que escrevi pessoalmente sobre o atual estado político, econômico e social da Bolívia, que segue de mal a pior, de acordo com o receituário de Juan Evo Morales Ayma, seu presidente.
 
(Evo fazendo o juramento masista)
 
 

Evo Morales, de origem indígena aimará, mas desde cedo integrado na sociedade boliviana nela viveu pobremente até integrar-se no sindicato dos “cocaleros”, aonde com o tempo se tornou um de seus dirigentes, ingressando depois na política e acabando como presidente da pequena república e chefe máximo daquela entidade sindical, conhecida como as  seis Federações do Trópico de Cochabamba. Dizendo-se marxista-leninista aproximou-se de Hugo Cháves e de Fidel Castro, também comunistas, e por eles apoiado após grandes distúrbios no pais, terminou eleito à presidência em 2005, iniciando o período de seu governo em 2006, aonde até hoje perdura, mediante duvidosas  e questionáveis reeleições.
 
Para isto usou de todas as artimanhas e manobras, sejam políticas, sejam econômicas, além de demonstrações de força e até da violência aberta. Seus opositores estavam desorganizados e desunidos, além de desacreditados junto à população, o que muito facilitou a sua ascensão. Inicialmente, pondo em vigência  uma lei anterior ainda não aplicada passou a cobrar a metade dos ganhos brutos obtidos com a venda do Gás Natural (GN) a título de impostos. Depois obrigou as petrolíferas estrangeiras a renegociarem os seus contratos com o governo, ainda em pleno vigor, a pretexto de que eles não tinham sido aprovados pelo parlamento, sendo nulos na sua visão. As mesmas que faziam os principais serviços da área, especialmente a descoberta de novas jazidas e sua extração foram submetidas no novo regime a condição de meras prestadoras de serviços, mantendo-se apenas com a extração do GN, logicamente com ganhos limitados. Finalmente, usurpou muitas outras empresas estrangeiras, que operavam na área do gás e petróleo, normalmente na área de logística, ocupando-as militarmente e passando a geri-las “sine die” até obter de suas matrizes um acordo financeiro nas suas aquisições, que favorecesse o estado usurpador. Com a Petrobras, que era uma delas, de seu patrimônio legal arrancou suas duas refinarias, estatizando-as, por um valor de “galinha morta”. Tudo mediante pressões e extorsões. E para administrar todo este acervo reviveu a YPFB, uma empresa estatal boliviana incompetente, que existia então apenas como um casco velho e inútil. Esta renascida tornou-se a “holding” das firmas usurpadas, e ainda a única responsável pela comercialização interna e externa dos combustíveis, especialmente do GN, sendo também contemplada com um excelente percentual dos ganhos, de início apenas para administrar o que lhe foi entregue de mão beijada e depois para também descobrir novas jazidas de GN, pois as petrolíferas estrangeiras não estavam mais obrigadas contratualmente a tal.
 
 
Tal o quadro dos acontecimentos ocorridos naquele país nos anos que se seguiram, pois isto teve que ser feito paulatinamente. Morales teve sorte, pois o GN foi fortemente valorizado internacionalmente, pelo grande aumento nos preços do petróleo bruto, assegurando excelente renda a Bolívia. Vários exercícios fiscais foram de grandes ganhos ao Tesouro Nacional da Nação (TGN) e Morales e seus comparsas puderam amealhar no Banco Central Boliviano (BCB) uma considerável reserva em dólares para um país pequeno.
 
(dólares norte-americanos)
 
Desde os seus primeiros tempos, Morales queria usa-los para criar empresas estatais e acabou conseguindo isto depois de um certo tempo. Afinal, os bancos de fomento internacional só concediam créditos limitados ao seu país. O lançamento de papeis do tesouro no mercado internacional era feito sem carência na primeira amortização e ainda implicavam no pagamento de juros anuais elevados. Os investidores privados estrangeiros não se arriscavam a investir produtivamente num estado, que sem cerimonias usurpava suas empresas sem as pagar. Mas, para praticar seu capitalismo de estado aquele governo fez investimentos desastrosos ou falaciosos, criando empresas estatais sem resultados lucrativos e até firmas deficitárias e por isto carentes de subsídios para serem mantidas. Isto fez o estado ficar pesado, bem mais caro, no fundo um “elefante branco”.
Para culminar o desastre o preço do GN caiu fortemente a partir de 2014 e assim se mantem. Sem investimentos estrangeiros e ainda carregando o peso do “elefante” só restou a Bolívia continuar a queimar as suas reservas externas, já reduzidas, e assim manter suas políticas de investimentos estatais até 2019 para obter algum aquecimento econômico interno, de forma a ficar politicamente a salvo perante a população, no geral de pessoas de curta visão, que não se apercebem do desastre que delas se aproxima célere.
Presentemente, a produção interna de GN tem caído, pelo prematuro esgotamento das jazidas em utilização, cuja extração foi precocemente acelerada no tempo dos preços altos do combustível. E lembre-se que uma jazida de GN leva anos para ser descoberta e explorada comercialmente. A YPFB e suas subsidiárias a quem compete achar outras não tem capacidade técnica e financeira para fazê-lo. As petrolíferas estrangeiras descapitalizadas pelos ganhos limitados próprios de meras prestadoras de serviços fazem unicamente investimentos pequenos com tal fim. Tudo isto é o sinal inelutável e infalível, de que a economia boliviana nos próximos anos cairá progressivamente, arrastando consigo para o abismo ao seu final o restante do projeto político de Evo Morales e de seu partido, o MAS.
 
(mapa da Bolívia)

De qualquer forma, antevejo que no final de 2019 (quase no término do mandato presidencial de Evo Morales, que ocorrerá no início de 2020) as contas políticas entre o povo boliviano e o seu governo serão acertadas entre eles, desejando que isto se faça de maneira pacífica, o que é incomum naquele país, aonde a violência politica faz parte do cotidiano de muitos.