quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Será que a Bolívia tornou-se um estado-cliente da Venezuela?



A Bolívia todos conhecem um pouco. E ninguém pode ignorar seu chefe de estado, Evo Morales. Não há dúvida, de que este tem colocado seu país na mídia. Ora, altivo, ora suplicante! Uma figura, aparentemente contraditória. Parece ser alguém dominado pelas suas emoções e não se envergonha de extravasá-la em público. Algo, em princípio, bastante feminino e pouco masculino. Chegou ao poder, depois de contribuir para a renúncia de seu ex-competidor, Gonzalo Lozada, conhecido como “Goni”. Um boliviano rico, criado nos EUA, que falava espanhol com forte sotaque gringo, e que se tornou seu presidente, após competir e ganhar de Evo. “Goni” após renunciar foi para o exílio e de lá declarou recentemente, que quem financiara sua derrubada fora Hugo Chaves. Recorde-se que, naquela época ocorreram múltiplas manifestações populares, que acarretaram derramamento de sangue, e fizeram “Goni” renunciar. Caiu em razão dos corpos de mártires populares! Segundo a mídia boliviana, ao assumir o poder depois de eleito, Evo mandou franquear o palácio presidencial em La Paz a técnicos venezuelanos, que varreram o vetusto prédio, em busca de microfones e bombas. Já no exercício da presidência recebeu um helicóptero emprestado pela Venezuela, e pilotado por nacionais deste país, para seus deslocamentos. Ficando imune a atentados terrestres, ou até mesmo traições de seus conterrâneos. Parece que hoje, usa outra aeronave, também cedido pelo seu parceiro. No exercício governamental lançou um programa – “Bolivia cambia, Evo cumple”, no qual distribui doações venezuelanas em dinheiro norte-americano, a vilas, cidades e quartéis, para limitadas construções. Tudo em cheques assinados pelo embaixador da Venezuela na Bolívia. Assim, angariando apoios entre civis e militares! Sempre, que ele recebe algum colega para conversações bilaterais, lá comparece seu homólogo, Chaves, para acompanhá-las. Assim, aconteceu com Lula e Kirchner, em especial.Como Chaves, Evo gosta de alfinetar os EUA, dando preferência ao pessoal diplomático que serve em seu país. Sua última vítima foi o próprio embaixador norte-americano, a quem proibiu por algum tempo de entrar no Palácio Quemado, aonde vive e trabalha. Há pouco, Chaves declarou, que interviria militarmente na Bolívia, se a oposição tentasse matar ou derrubar o companheiro. Nisto passou da conta, gerando fortes protestos dentro da Bolívia. Nada declarando sobre isso os presidentes do Brasil e da Argentina, que assim de alguma aceitaram como válida a absurda afirmação.Tudo isto leva a uma indagação: será que a Bolívia tornou-se um estado-cliente da Venezuela? Não vou respondê-la, por ora. Continuando a acompanhar os acontecimentos no vizinho país. Mas, que há fundamento na pergunta, com certeza há. Sendo evidente, que a relação existente entre os companheiros, ultrapassa em muito qualquer tipo de aliança política, normal entre dois governantes sul-americanos.

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