sábado, 4 de agosto de 2007

Ir de abajo arriba


A América do Sul ocupa uma área de 17.819.100 km2, sendo que o Brasil tem um território de 8,5 milhões de km2; ou seja, nosso país tem 47% da área do subcontinente.
Politicamente, este está dividido em doze países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, Guiana e Suriname; sendo certo que a Guiana Francesa é apenas um departamento integrante da França.
Sempre achei este número doze muito significativo, a augurar as melhores perspectivas para todos que ali vivem. Os doze filhos de Jacó foram os pais das doze tribos de Israel. Doze apóstolos acompanharam Jesus de Nazaré e depois guiaram os cristãos primitivos. Em princípio, o número é completo e sugere um povo de Deus. Somados os algarismos o resultado é três, que representa a Santíssima Trindade dos cristãos em geral. A melhorar aqueles augúrios!
Parece até incrível, que se escreva isto sobre um subcontinente, em que grassa a miséria, inexista a melhor educação, proliferem os piores políticos, a corrupção seja secular, campeie o servilismo e floresça o autoritarismo! Uma coleção de situações lamentáveis a desanimar qualquer pessoa (excluído São Francisco de Assis).
Mas, é preciso não esquecer que a marcha da civilização no planeta foi muito lenta. Há quinhentos anos atrás, o subcontinente era habitado por autóctones variados; a maioria completamente selvagem e aqui e ali haviam alguns núcleos indígenas, de darem inveja aos antigos egípcios. Repentinamente, europeus da pior espécie aqui chegaram, como gafanhotos. A princípio, tímidos; depois agressivos; e finalmente, senhores da terra. Com eles trouxeram doenças e hábitos detestáveis. Não se pejaram de destruir totalmente as civilizações asteca e maia, dentre outras. E escravizarem os pobres índios sobreviventes. Forjando uma aparente civilização; cheia de defeitos e imperfeições.
A liberação dos povos sul-americanos foi realizada pelas classes conservadoras locais, que se formaram nos séculos que se seguiram ao descobrimento e as paulatinas ocupações. Foi também imperfeita! O desenvolvimento que se seguiu foi elitista e não supriu as muitas lacunas existentes. Que geraram exatamente a miséria, o analfabetismo, a corrupção generalizada, e todos os demais males, até hoje existentes.
Daí o triste quadro atual, tão desanimador! Que é conseqüência dos abusos e desmandos do passado de ocupação e domínio desta parte do Novo Mundo.
Mas a vida é eterna. Aqui se faz e aqui se paga. Quem errou, solverá seu débito. São muitos! De qualquer forma, os augúrios são propícios. Um dia as coisas irão melhorar! Enquanto isto, como dizem os hispano-americanos – “ir de abajo arriba” (ir de baixo para cima). Afinal, Deus é maior que todos nós juntos. E de sua obra faz parte o subcontinente.

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