sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Hoy hace cincoenta y tres años que murrió Getúlio Vargas


Em 24 de agosto de 1954 suicidou-se Getúlio Vargas, presidente da república brasileira. O fato ocorreu em seu aposento particular, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital brasileira.
A vida de Getúlio confundiu-se com a História do Brasil, parte da qual ele construiu. Getúlio era um político gaúcho e sua terra não tinha força política suficiente para influir na vida da Primeira República (1891-1930). Foi o apoio de Minas Gerais e um conjunto de circunstâncias ocasionais favoráveis, que o tornaram chefe do governo provisório em 1930. Ele como positivista e admirador de Borges de Medeiros (um ultra-continuísta), não largou mais o poder obtido pela força das armas. Assentou-se na cadeira presidencial e ali ficou até 1945, quando foi deposto, por um pronunciamento militar comandado por um ex-partidário, o General Góes Monteiro. Foram quinze anos, durante os quais, ora como chefe do governo provisório, ora como presidente, ora como ditador, ele ficou na crista da onda. E, não se saiu mal de tão altos misteres! Ao contrário, soube conduzir e bem ao Brasil na II Guerra Mundial; por exemplo, naquela época, se não fosse a repentina morte de Roosevelt, o Brasil teria sido alçado ao Conselho de Segurança da ONU, como membro permanente. E vejam, depois o Brasil muito tentou e ainda tenta, sem conseguir este laurel! Que o digam Lula e seu ministro, Celso Amorim.
Em 1954, Getúlio governava o Brasil como presidente constitucional. Mas, como ex-ditador não se preocupou em obter apoio do parlamento federal; acabou isolado, tendo contra ele a grande imprensa e muitos ódios e ressentimentos, oriundos de seu prolongado exercício do poder. Por isto, um incidente menor, o malogrado atentado contra Carlos de Lacerda, um de seus menores opositores, no qual morreu um oficial da FAB, o major-aviador Rubens Vaz, levantou contra ele muitos dos comandos das três forças armadas federais. Irritados, pelo fato do atentado ter provindo de sua segurança privada – a chamada Guarda Pessoal (um grupo desordenado, dirigido por Gregório Fortunato, seu apaniguado há muitos anos).
Vargas pensou em licenciar-se do cargo, mas sabendo que os comandantes insubmissos exigiam a sua renúncia, matou-se, pois temia ser humilhado e desmoralizado pelos vencedores daquela pugna política.
Getulio, como homem morreu então. Mas ficou uma lenda e uma grande herança política. O principal herdeiro desta foi João Goulart, que acabou chegando a presidência, como substituto de Jânio Quadros, que renunciou ao cargo. Despreparado e inábil levou o país a uma onda de agitações, que destroçaram o resto de sua economia e o conduziram a deposição. Que, aparentemente, ele aceitou como o alívio de uma carga, que não conseguira carregar. A partir daí começaram os anos do autoritarismo capítalista-tecnocrático-militar, entre 1964 e 1985. Os restantes seguidores de Getúlio acabaram desaparecendo do cenário humano, pela morte natural ou pelo ostracismo político. O mesmo ocorreu com seus adversários e inimigos. Hoje, pode-se dizer, que ao final só restaram cinzas! Como em tudo na vida humana.
De qualquer forma, restou a data, que deve ser lembrada, para que as futuras gerações não caiam na ilusão de uma legenda humana – sempre imperfeita!
Fonte:
Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getulio Vargas.
Acesso em: 24/08/2007.

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