quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Para Lugo Itaipu é o pomo da discórdia.


A usina foi feita há muitos anos atrás usando as águas do Rio Paraná pertencentes ao Brasil e Paraguai, mediante empréstimos internacionais, pertencendo igualmente a ambos os sócios na proporção de metade cada um.
Ela seria paga com seus próprios ganhos a longo prazo e hoje vale aproximadamente 60 bilhões de dólares, cabendo ao Paraguai a metade. O que é três vezes superior ao PIB do citado país, na base de US$ 10 bi.
O país guarani recebe todos os anos o saldo do resultado financeiro, descontadas as despesas e o pagamento de sua divida, hoje em pouco mais de US$ 9 bi. Liquido aquele valor é na base dos trezentos milhões de dólares. Note-se que este país nunca desembolsou nada para custear a usina, limitando-se a assinar os papéis e receber os créditos que lhe cabiam.
O recém-empossado Fernando Lugo, seu atual presidente, quer modificar o tratado internacional feito, de forma a receber mais. Para isto em linhas gerais propôs que o Brasil perdoasse quase toda a dívida, aumentasse o valor do que paga pela energia pertencente ao Paraguai, que ele consome, e fizesse outras modificações de menor monta. Com isso ele passaria de US$ 300 milhões para US$ 1 bi por ano.
Lugo é um bispo católico, que deixou a Igreja e se tornou político, mas que não deixa de pensar como clérigo. Tanto, que adota a idéia de que seu país não pague suas dívidas, mediante prévio perdão do credor, mas ainda que receba todas as vantagens possíveis e imagináveis. Uma atitude própria de quem está acostumado a viver de doações e não quer abandonar este hábito. Que seria adequada a vida clerical, mas que não funciona em matéria econômica seja entre pessoas, seja entre países.
A história do Paraguai mostra que, no século XIX ele concordou em pagar uma gorda indenização pelas despesas, que deu ao Brasil na Guerra da Tríplice Aliança; esta foi imposta não para ser cobrada, mas para evitar que a Argentina acabasse por engolir o Paraguai. E veja a idéia deu certo, a Argentina se conteve, o Paraguai nunca foi cobrado e no século XX a dívida foi integralmente perdoada.
Querer reeditar esta experiência do passado seria um absurdo e Lugo é o autor da inadequada idéia. Que, aliás, foi repelida em princípio pelo governo brasileiro, como não poderia deixar de ser.
Se o Paraguai precisa de dinheiro e não quer pedi-lo emprestado, o que eu acho correto, venda a maior parte dela ao Brasil, reservando para si uma parte mínima da energia (uns 10%) e use o dinheiro recebido, de acordo com o breviário econômico de DON FERNANDO LUGO MENDEZ. Que eu espero seja bom!
Fazendo isto receberá muitos bilhões de dólares para seu "desarollo" e ainda terá um bom tempo para consumir mais 5% daquela energia elétrica, pois hoje só usa a mesma quantidade de sua parte. É uma idéia!

Fonte da foto:
Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Fernando_Lugo_1.png
Acesso em: 11/12/2008.

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